SP altera calendário de vacinação, mas não tem novas datas para idosos
Sem doses disponíveis, estado segue agora plano nacional de imunização. Programa previa vacinar pessoas acima de 75 anos a partir de 8/2
atualizado
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São Paulo – Sem doses suficientes da Coronavac, São Paulo suspendeu o calendário original de vacinação contra o novo coronavírus anunciado, em dezembro, pelo governador João Doria. Segundo a secretaria paulista de Saúde, o estado seguirá agora o Programa Nacional de Imunização (PIN), do Ministério da Saúde, que não tem ainda datas definidas para iniciar a vacinação de idosos.
O Governo do Estado de São Paulo admite, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não há definição para a vacinação para idosos. A data está sendo fechada e dependerá da quantidade de doses que o estado terá disponível.
A primeira fase do cronograma do plano paulista lançado no mês passado previa a imunização do grupo prioritário, de profissionais da saúde, indígenas e idosos, entre 25 de janeiro e 28 de março, contemplando 9 milhões de pessoas com duas doses da vacina. Idosos acima de 75 anos começariam a receber a aplicação da vacina em 8 de fevereiro.
Doria deu início à vacinação em São Paulo em profissionais da saúde e indígenas no domingo (17/1), minutos após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar o uso emergencial das 6 milhões de doses prontas disponíveis no país da Coronavac importadas da China.
Esse lote de 6 milhões de unidades importadas foi enviado ao Ministério da Saúde, que fechou contrato com o Instituto Butantan para a compra das 46 milhões de doses da Coronavac previstas em acordo do governo paulista com a farmacêutica chinesa Sinovac. Das 6 milhões de unidades distribuídos aos estados nesta semana, São Paulo ficou com cerca de 1,3 milhão de unidades.
A capital paulista recebeu, por enquanto, 203 mil doses para a campanha de vacinação municipal, que começou na terça-feira (19/1). Segundo prefeitura, as doses estão sendo destinadas prioritariamente aos indígenas, aos 15 mil idosos residentes em Instituições de Longa Permanência (ILPIs) e aos profissionais que atuam na linha de frente no tratamento de pacientes com Covid-19 em hospitais públicos e privados, prontos-socorros, UPAs, AMAs, UBS e os profissionais do SAMU Resgate.
A expectativa da prefeitura é receber mais cerca de 200 mil doses em até 15 dias para a segunda imunização. Segundo a gestão municipal, assim que as novas remessas do imunizante estiverem disponíveis, serão incluídos na campanha, de forma escalonada, os demais profissionais de saúde e outros públicos prioritários, como idosos acima dos 75 anos.
O Butantan está finalizando ainda o envase de 4,8 milhões de doses da Coronavac, que ainda precisam de aval da Anvisa para uso emergencial para distribuição nacional. O novo pedido de autorização foi feito pelo instituto na segunda-feira (18/1). A agência reguladora tem um prazo de 10 dias para decidir se libera ou não a aplicação do imunizante.
O diretor do instituto, Dimas Covas, estima que a concessão da autorização da Anvisa para uso emergencial das unidades produzidas no Brasil saia na sexta-feira (22/1). Com isso, as 4,8 milhões de doses da Coronavac estariam disponíveis para próxima semana.
A produção de novas doses pelo Butantan, no entanto, depende da liberação de insumos que estão parados na China. Segundo Covas, a expectativa é que um carregamento de 5,4 mil litros de matéria-prima da Sinovac, equivalente para cerca de 5 milhões de doses, chegue ao país ainda neste mês. Há previsão ainda de mais 5,6 mil litros até 10 de fevereiro.
O envio da matéria-prima, que está pronta, esbarra em questões burocráticas para ser embarcada na China.”Pedimos ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro das Relações Exteriores que ajudem a alinhar a relação com a China para que os procedimentos burocráticos ocorram no mais curto período de tempo”, disse Covas na quarta-feira (20), em coletiva de imprensa.