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SP: “A população não tem que pagar privilégio de servidor”, diz relator da reforma da Previdência

Vereadores de São Paulo fazem a segunda reforma em menos de três anos; texto impõe alíquota de 14% para quem ganha até R$ 6,4 mil

atualizado

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Rubinho Nunes
1 de 1 Rubinho Nunes - Foto: Divulgação

São Paulo – Relator da reforma da Previdência na Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Rubinho Nunes (PSL) afirma que o fim da isenção da alíquota no salário dos servidores que recebem até R$ 6,4 mil corrigirá uma falha no sistema de aposentadoria do funcionalismo público.

“A população não tem que pagar privilégio de servidor. Ele tem que custear sua própria aposentadoria”, defendeu, em entrevista ao Metrópoles.

Ainda de acordo com Nunes, é preciso “respeitar a equalização das contas e, principalmente, o dinheiro do cidadão – aquele que trabalha, sustenta essa máquina inflada e fica pagando privilégio para uma elite do funcionalismo público”.

Nos cálculos do vereador, o déficit da Previdência paulistana é de R$ 6 bilhões ao ano. “Se não fizermos a reforma, em alguns anos, o déficit vai superar a arrecadação do município. É dinheiro que sai da saúde, da educação. Isso é inaceitável”, ressalta.

Esta reforma implementada pela Câmara de Vereadores é a segunda em menos de três anos. Para o relator, é necessária uma nova rodada de alterações “para corrigir erros da antiga versão”.

O vereador avalia que a proposta anterior foi branda e “cedeu demais à pressão de servidores”. “Acabou se sucumbindo aos privilégios de classe. Agora temos uma dívida que só cresce”, pontuou.

“Privilegiado é Paulo Guedes”

Por outro lado, a matéria enfrenta resistência da oposição. A vereadora Juliana Cardoso (PT) rebate as críticas de Nunes em relação aos funcionários públicos. “Privilegiado é Paulo Guedes (ministro da Economia), que tem empresas fantasmas em paraíso fiscal. Servidor público é professora, é trabalhadora da saúde que salva vidas”, afirmou no Twitter.

Na avaliação da parlamentar, há medidas que aliviariam as contas da prefeitura. Entre as iniciativas cogitadas, inclui-se a tributação de grandes empresas.

“Tem que tributar as grandes empresas e os grandes bancos, que devem horrores para a prefeitura. Só com esses recursos já resolveria”, disse Cardoso, no plenário da Casa, na última quarta-feira (13/10).

O texto, aprovado em primeiro turno na quinta-feira (14/10), prevê alíquota de 14% sobre a remuneração de servidores com salários na faixa de até R$ 6,4 mil, que atualmente é isenta.

O dispositivo afeta a renda de 63 mil funcionários do município. A proposta volta ao plenário no início do próximo mês para análise em segundo turno.

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