Sociedade de Infectologia defende aplicação da 3ª dose contra Ômicron
Entidade explica que, neste momento, a ampliação do público vacinado com três doses é mais importante do que administrar mais uma dose
atualizado
Compartilhar notícia
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) manifestou contrariedade à inclusão da quarta dose da vacina contra a Covid-19, doença causada pelo coronavírus, na campanha de vacinação neste momento. Para a entidade, o essencial é ampliar a aplicação da dose de reforço, a chamada terceira dose.
A SBI defende que a população brasileira, neste momento de circulação da variante Ômicron, receba com prioridade o esquema básico (2 doses iniciais ou dose única), com atenção especial para dose de reforço a ser aplicada quatro meses após completar o esquema básico.
“Diversos trabalhos científicos publicados demonstram que contra a variante Ômicron é necessário o esquema com três doses para melhor proteção dos indivíduos. Portanto, a medida mais urgente em termos de vacinação para o país é avançar no percentual de pessoas com que já completaram o esquema básico com dose de reforço”, reforça, em comunicado assinado pelo presidente da entidade, Alberto Chebabo.
O texto ressalta que o país tem muitas desigualdades em termos de cobertura vacinal e citou que as experiências de aplicação da quarta dose ainda são experimentais.
“Em situações de excepcionalidade, em locais que onde se observa alta cobertura da população adulta com três doses, algumas iniciativas de aplicação de quarta dose na população acima de 60 anos têm sido colocadas em prática, com a finalidade de avaliar a eficácia desta estratégia e, deste modo, poder se ter uma avaliação mais consistente originando dados para serem analisados a posteriori, especialmente quando usado esquemas de três doses com vacina inativada (Coronavac)”, frisa o documento.
O texto salienta. “Trata-se, portanto, de iniciativas individualizadas regionais, pois há carência de dados mais robustos que justifiquem a aplicação em termos de efetividade no país como um todo. As vacinas de mRNA (Pfizer e Moderna) segundo informações serão atualizadas proximamente para a variante Ômicron sendo este outro aspecto a ser considerado para a utilização da 4ª dose de forma nacional neste momento”, finaliza.
Para a SBI, outro ponto a ser estudado será o impacto na resposta imune da população vacinada, a exposição natural da variante Ômicron, podendo levar a um aumento da robustez e duração da proteção.
Atualmente, a área técnica do Ministério da Saúde estuda a aplicação da quarta dose, mas ainda não decidiu sobre o tema. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tem defendido a ampliação da aplicação da terceira dose.