“Sobreviver é muito cruel”, diz assessora que estava com Marielle
Em entrevista para a TV Globo, ela contou que demorou para entender que a vereadora e o motorista, Anderson Pedro Gomes, estavam mortos
atualizado
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A única sobrevivente ao ataque à Marielle Franco falou pela primeira vez nesse domingo (18/3). A assessora da parlamentar estava sentada ao lado da vereadora do Rio de Janeiro quando o carro foi alvejado, na última quarta-feira (14/3).
A assessora abaixou-se para tentar proteger a cabeça dos disparos e só levantou o corpo após ouvir um suspiro de dor feito pelo Anderson Pedro Gomes. Ela percebeu que os braços do motorista haviam soltado o volante, então, colocou o carro em ponto morto e puxou o freio de mão para tentar controlar o veículo.Em entrevista à TV Globo, ela contou que demorou para entender a sequência dos fatos. “Foi um barulho forte e rápido. Para mim, havia acontecido um tiroteio em uma região próxima”, falou.
Quando abriu a porta e desceu, deu de cara com uma testemunha que já havia chamado socorro. A assessora ainda acreditava na possibilidade de Marielle e Anderson estarem vivos. Só se deu conta do tamanho da situação quando escutou uma pessoa em volta dizendo: “Só temos uma sobrevivente”.
“Escutar a palavra ‘sobrevivente’ me marcou muito. Queria a Marielle viva. Queria o Anderson vivo. Sobreviver é uma coisa muito cruel. Por que eu preciso sobreviver? Que coisa horrenda é essa? Que violência é essa?”, questionou a assessora.