metropoles.com

Sobrevivente do massacre de Suzano ganha indenização: “Ela não esquece”

Mãe de aluna que presenciou mortes de colegas em escola pública paulista relata sofrimento da filha para lidar com trauma

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
foto-abre-raul-brasil
1 de 1 foto-abre-raul-brasil - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

São Paulo – Adriana de Oliveira Martins é mãe de uma jovem que sobreviveu ao massacre de Suzano (SP), tiroteio em massa que ocorreu em um colégio público na região metropolitana de São Paulo e que deixou dez mortos em 2019. Na última quarta-feira (9/10), a filha de Adriana conseguiu na Justiça, em segunda instância, o direito de receber do estado de São Paulo uma indenização de R$ 20 mil.

A adolescente, que tinha 15 anos na época, se trancafiou em uma sala para fugir dos tiros. Ao sair da escola, a cena do massacre foi demais para ela: precisou passar por cima dos corpos de colegas, professores e funcionários mortos.

“Ela não esquece a cena, ficou com trauma e teve que fazer tratamento psicológico. Hoje, ela tem outro comportamento, é bem mais calada, teve dificuldade na escola”, afirmou a mãe, em conversa com o Metrópoles.

Adriana também relatou que a filha prefere não sair de casa, é bastante reservada e não gosta de conversar sobre o que ocorreu.

Para a Justiça, a situação da estudante, que ainda está sofrendo de abalos psíquicos, “é muito mais do que mero percalço ou dissabor”.

“Quanto à conduta, não há nenhuma dúvida, visto que o massacre se deu em uma escola pública, onde o Estado era o responsável pela segurança dos funcionários e dos alunos”, ressaltou o relator do recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo, Marcos Pimentel Tamassia.

De acordo com mãe da sobrevivente, o trauma afetou toda a família. “Eu fiquei com receio de que minhas filhas fossem para a escola naquela época. A menor, de 6 anos, ainda fala do que aconteceu quando conhece um lugar novo. Imagina uma criança ficar com medo de ir para a escola?”

Ainda segundo Adriana, nem todas as famílias procuraram a Justiça “achando que não vai dar em nada”. “Nós procuramos [a Justiça] porque foi algo muito ruim que aconteceu com a gente. Espero que isso beneficie outras famílias. A escola mudou desde o que aconteceu, mas a gente ainda ouve muitos relatos de violência nos colégios e espero que nunca mais ninguém passe pelo que passamos”.

10 imagens
1 de 10

Na época da tragédia, a entrada do colégio Raul Brasil foi transformada em um memorial em homenagem às vítimas

Rafaela Felicciano/Metrópoles
2 de 10

RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
3 de 10

Reprodução
4 de 10

Rafaela Felicciano / Metrópoles
5 de 10

Rafaela Felicciano / Metrópoles
6 de 10

Rafaela Felicciano/Metrópoles
7 de 10

Rafaela Felicciano / Metrópoles
8 de 10

Rafaela Felicciano/Metrópoles
9 de 10

10 de 10

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Massacre de Suzano

Em março de 2019, Guilherme Taucci Medeiros, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25 anos, invadiram o Colégio Raul Brasil, que fica em Suzano, município distante 55 km de São Paulo (SP).

Guilherme atirou contra alunos e funcionários. Luiz Henrique atingiu o maior número de pessoas que conseguiu com golpes de machadinha.

Dez pessoas morreram: cinco alunos, duas funcionárias, os dois ex-alunos e autores do crime, além do tio de um dos atiradores.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?