Sobrevivente de acidente em São Paulo nega que ônibus tentou ultrapassagem
Elian Marcos contou que o motorista não fez nenhuma manobra arriscada. Ele afirmou “lembrar de tudo” envolvendo a tragédia
atualizado
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Elian Marcos, um dos sobreviventes do acidente em Taguaí, no interior de São Paulo, negou que o ônibus que transportava os funcionários de uma empresa têxtil tenha tentado fazer uma ultrapassagem no momento em que bateu em um caminhão.
Em entrevista ao programa “Encontro”, da TV Globo, ele afirmou que o ônibus tentava acelerar, mas era impedido por um veículo que estava muito lento à sua frente. Apesar disso, Elian disse que o motorista, que também sobreviveu à colisão, não tentou nenhuma manobra arriscada.
“Não era uma ultrapassagem, porque era uma reta, aí tinha uma subida e depois tinha uma curva. Foi só na hora que começou a curva, pra pegar a reta, que foi visto o caminhão, foi coisa de 2, 3 segundos, porque estava muito devagar os caras na nossa frente, e o ônibus nosso estava rápido, entendeu? Aí não tinha o que fazer, ele ia na traseira dos caras (na frente), o mais fácil era ele tirar, e aí veio o caminhão de encontro”, contou Elian.
Após ser questionado por Fátima Bernardes, Elian disse “lembrar de tudo” sobre o acidente. Ele também recordou que por pouco não foi atingido por um pedaço da carroceria que se desprendeu do caminhão.
“Eu estava sentado no segundo banco do lado direito, o lugar que ficou intacto. Eu cheguei a ser lançado pra fora do ônibus, eu só vi que passou o vagão, ele passou coisa de meio metro longe de mim, pegou o pessoal da frente, pegou o meu amigo que estava do meu lado, o cara que estava atrás de mim faleceu. Foi devastando tudo. Aí eu não sei como eu fui arremessado, porque eu não peguei ferragem nenhuma, só quando eu vi eu estava na pista levantando. Aí eu olhei pros lados e estava tudo meio empoeirado, porque era um caminhão de esterco, e aí levantei meio zonzo, atordoado, e fui ver as vítimas”, relatou.
O homem contou que ficou assustado ao ver a situação dos colegas. E reafirmou a inocência do motorista mesmo com outra sobrevivente alegando que houve uma tentativa de ultrapassagem proibida.
“Ninguém estava de cinto, só o motorista acho, e acho que uns 90%, 95% das pessoas estavam dormindo, porque a moça que sobreviveu, que estava atrás de mim, contou outra versão, mas eu vi tudo, ela falou que o motorista foi tentar ‘podar’, não é que ele foi tentar podar. Eles estão julgando o motorista, não foi o motorista que tentou ultrapassar, ele tentou tirar do ônibus que estava na nossa frente, que tinha muito mais gente”, disse.
“Eu lembro de tudo. Eu lembro que antes de chegar nesse local, eu estava dormindo no ônibus, aí eu acordei e nisso era uma curva que não dava pra ver, sabe? Eu só vi que tinha um ônibus na frente e um caminhão, muito devagar na pista. Aí o nosso ônibus estava indo e não sei se falhou o freio, mas na hora que foi chegar nesse ônibus que estava muito devagar o motorista tirou, no que ele tirou veio a carreta contra, e aí o motorista da carreta tirou, mas no que ele tirou ficou o vagão na pista ainda, pegou o vagão no ônibus, não deu tempo do cara tirar”, concluiu Elian.