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Sobe para seis número de denúncias contra pastor por crimes sexuais

Líder religioso de Goiânia é alvo de relatos de vítimas levados à Defensoria Pública de Goiás e investigados pela Polícia Civil

atualizado

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goias pastor abuso sexual
1 de 1 goias pastor abuso sexual - Foto: Reprodução

Subiu para seis o número de denúncias contra um pastor investigado por suspeita de praticar crimes sexuais, em Goiânia. As queixas foram registradas pela Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), após reportagem do Fantástico revelar outros três casos, entre eles, o de uma adolescente. O delegado Rilmo Braga informou que o religioso negou qualquer crime em depoimento.

De acordo com a Defensoria Pública, os novos relatos de vítimas são muito semelhantes aos das primeiras fiéis que denunciaram o pastor Esney Martins da Costa. O caso mais recente teria acontecido há poucos meses. Outros teriam ocorrido entre dois e cinco anos atrás. A instituição informou que todos os detalhes serão remetidos à Polícia Civil.

O pastor comanda a igreja Renascendo para Cristo, no Setor Parque Amazônia, um bairro de classe média na capital. As denúncias vieram à tona depois de um ex-membro do templo tomar conhecimento dos abusos e de um núcleo de apoio às vítimas.

A defensora pública Gabriela Hamdan disse que as vítimas buscaram conforto espiritual da igreja. “No início, elas começaram a frequentar a igreja e se sentiram acolhidas. Esse líder religioso se aproximava delas como uma figura paterna e começava a ajudar financeiramente, levar para fazer retiro”, afirmou.

Após ganhar a confiança, de acordo com a Defensoria Pública, o líder religioso começava a praticar os abusos.  “Começava-se com uma oração com imposição de mãos como se tivesse pegando no coração e, aí, descia a mão. Era algo sutil, e as vítimas começavam a duvidar se estavam ficando loucas por estarem acusando um homem de Deus”, contou Gabriela.

“Intérprete de Deus”

O pastor se apresentava aos fiéis como um “intérprete da vontade de Deus”. Foi com esse discurso que ele conseguiu molestar uma das vítimas.

“Ele falava que era para o meu crescimento espiritual, que era para eu crescer na vida. Ele às vezes confunde até a mente da gente em acreditar que o que ele faz vem de Deus”, afirmou uma das vítimas.

Ela ainda disse que, ao contar ao pastor que tinha sido abusada sexualmente quando era criança, ele insistiu ainda mais: “Você vai ter que passar pela ferida para ser curada. E aí eu fiquei: ‘Meu Deus, eu vou ter que ser molestada de novo para ser curada de um trauma que eu fui na infância?’ Então isso não me deixava dormir”, relembrou.

A família da adolescente relata que descobriu os abusos após perceber a mudança de comportamento da menina. “Todas as vezes que ela ia, chegava em casa chorando e se mutilava – as pernas, as costas. Comecei a desconfiar. Foi um choque. Quando eu vi aquilo, o meu mundo desabou. Morri ali. Eu me sinto culpada de tudo, mas também fui vítima disso tudo. Ele me enganou”, lamentou a mãe dela.

Investigação

Dois casos estão sendo investigados pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). Já o da garota é apurado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). O pastor prestou depoimento e disse que é inocente.

“A princípio, o suspeito nega todas as acusações e se coloca à disposição da polícia. O que percebemos é que as informações trazidas aos autos em nada colaboraram com as investigações”, disse o delegado Rilmo Braga, gerente de Planejamento Operacional da Polícia Civil.

O Metrópoles não localizou o contato da defesa do pastor. Em nota enviada ao Fantástico, a advogada Rosângela Magalhães disse que ele prestou todas as informações solicitadas e está colaborando com as investigações. Segundo ela, as queixas não tratam de fatos praticados com violência ou grave ameaça.

Se forem comprovadas as acusações, o pastor pode ser indiciado por crime de violação sexual mediante fraude e importunação sexual. Somadas, as penas podem ultrapassar dez anos de prisão.

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