Sobe para quatro o número de mortos após queda de energia em hospital
Polícia apura se teve omissão e conserto de sistema de oxigênio é acompanhado por perícia. Pacientes estavam muito graves, diz saúde de GO
atualizado
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Goiânia – Aumentou para quatro o total de pacientes que morreram após falha no sistema de oxigênio do Hospital de Campanha (HCamp) de Porangatu, no norte de Goiás. Três deles faleceram menos de 24 horas após a transferência, segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO). Todos estavam internados em função da Covid-19.
Altamiro de Souza, de 70 anos, morreu logo depois de ser transportado. Já Albinor Rodrigues, de 76, faleceu antes mesmo de entrar na ambulância. Celso Rodrigues, de 61 anos, e Geralda Divina, de 79, morreram nos dias seguintes, no HCamp de Uruaçu, a 130 km de distância.
Os pacientes chegaram do HCamp de Porangatu com o estado de saúde muito grave, de acordo com a SES-GO. Um que estava na enfermaria recebeu alta e sete permanecem internados na unidade de terapia intensiva (UTI).
A Polícia Civil de Goiás está apurando o que causou as mortes e a falha no sistema de oxigênio do hospital de Porangatu. Onze pacientes que estavam na UTI foram transferidos às pressas após falta de energia no domingo (11/7). Hospitalizados na enfermaria foram realocados no dia seguinte.
O objetivo da investigação é verificar se houve alguma negligência da administração da unidade. A correia do compressor que levava oxigênio para a unidade de terapia intensiva (UTI) arrebentou durante uma queda de energia, provocada por uma árvore que caiu na rede elétrica.
“Estamos verificando se houve falta de manutenção ou visita técnica inadequada”, explica o delegado Luciano Santos da Silva.
Gravidade
Um responsável pelo HCamp de Porangatu foi ouvido pela Polícia Civil nesta semana. Uma equipe de Minas Gerais deve realizar o conserto do compressor nesta terça-feira (13/7). O procedimento será acompanhado pela perícia da Polícia Científica.
Em nota, a Prefeitura de Porangatu garante que um segundo sistema atendeu os pacientes da UTI até a transferência e que em nenhum momento faltou energia, medicamento ou oxigênio.
Ainda segundo a prefeitura, foi aberto um processo administrativo disciplinar para apurar os fatos ocorridos no último domingo.
“Reiteramos que a prefeitura está contribuindo com as investigações realizadas pelas autoridades competentes, e segue à disposição para demais esclarecimentos”, informa a nota.
O HCamp de Porangatu é administrado pelo município e recebe verba estadual. A organização social Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (INMED) é responsável pela gestão do hospital.
A SES-GO declarou em nota que todos os esforços estão sendo feitos para preservar as vidas dos pacientes transferidos.