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Sobe para 95 o número de mortes violentas no Espírito Santo

Além disso, houve prejuízo de pelo menos R$ 110 milhões causado por roubos a 270 lojas

atualizado

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GILSON BORBA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
exército forças armadas vitória
1 de 1 exército forças armadas vitória - Foto: GILSON BORBA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Os policiais militares do Espírito Santo chegam ao quinto dia de paralisação nesta quarta-feira (8/2) e, neste período, o estado registrou 95 mortes violentas. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Policiais Civis do estado, Jorge Leal. Além disso, a Federação do Comércio avalia prejuízo de pelo menos R$ 110 milhões causado por roubos a 270 lojas — R$ 20 milhões em saques e R$ 90 milhões em vendas perdidas.

Segundo Jorge Leal, as planilhas deixaram de ser atualizadas nesta manhã. “Estou recebendo a informação de policiais de que houve a determinação para que parassem de atualizar os dados. Não foi uma ordem explícita, mas uma ordem velada que partiu do governo. Estamos tentando obter os dados extraoficialmente”, afirmou Leal.

Ainda de acordo com o presidente do sindicato, 60 carros foram roubados ou furtados até o meio-dia desta terça-feira. Na véspera, tinham sido 200. A média diária para o estado é de 20 veículos roubados.

O Exército e a Força Nacional ocupam as ruas da Grande Vitória desde a madrugada desta terça-feira (7), mas a sensação de insegurança ainda domina a população. Ônibus circularam parcialmente, empresas liberaram funcionários, pessoas evitam sair de casa e apenas parte do comércio abriu.

Moradores continuaram a compartilhar nas redes sociais imagens de assaltos à luz do dia. À noite, os terminais de ônibus fecharam. Somente na segunda-feira (6), 200 carros foram roubados no estado, ante à média diária de 20. E a situação pode piorar: a Polícia Civil decide nesta quinta (9) se adere à greve. E o Sindicato dos Rodoviários anunciou que os ônibus não circularão nesta quarta.

Segundo Edson Barros, presidente do sindicato, um motorista foi obrigado, na mira de revólver, a usar o ônibus para invadir uma loja.

Patrulhamento
O reforço da Força Nacional e dos militares do Exército e da Marinha só foi sentido no fim do dia. Pela manhã, com as tropas ainda em deslocamento. Nesta terça-feira, apenas 500 policiais militares foram às ruas em todo o estado. Em circunstâncias normais, o efetivo seria pelo menos quatro vezes maior apenas na Grande Vitória.

A reportagem circulou por quatro bairros de Vitória (Praia de Camburi, Praia do Canto, Jardim da Penha e Maruípe) durante a noite e constatou que praticamente não havia movimento de pessoas nem veículos. Caminhões do Exército ainda circulavam nas imediações do Quartel Central da PM.

Segundo o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo, André Garcia, “a situação está se normalizando” e deve regularizar-se hoje. O novo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, determinou que todos os agentes se apresentem diretamente no local onde farão o policiamento. A alternativa, contudo, não resolve totalmente o problema, já que os PMs terão de fazer o patrulhamento a pé.

O Ministério Público estadual constituiu nesta terça-feira um comitê de gestão de crise para garantir o cumprimento voluntário da decisão judicial sobre a greve. A Justiça capixaba já considerou a paralisação ilegal.

Protestos
Ainda nesta terça-feira, um grupo de pessoas reclamou da paralisação na frente do Quartel Central. A maioria se disse sensível à causa dos PMs, mas todos relataram que o caos na segurança pública, que se instalou desde sábado, afetou o trabalho e, consequentemente, as finanças da casa.

“Desde sábado não vejo uma única moeda”, contou o serralheiro autônomo Ronaldo Baldan Ferreira, de 46 anos. “Faz três dias que não trabalho. Tenho medo de sair para a rua e não voltar. Como vou ter certeza de que não vai aparecer um bandido?” Ele proibiu a família de ir para a rua. “Eles (PMs) estão no direito de protestar. Só não pode acontecer isso que está acontecendo aqui.” (Com Agência Estado)

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