Sobe para 48 número de cães mortos após comer petiscos envenenados
Somente em Belo Horizonte, os animais vítimas dos petiscos da empresa Bassar somam oito. Polícia e Ministério da Agricultura investigam
atualizado
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Subiu para 48 o número de cães mortos vítimas de petiscos suspeitos da Bassar Pet Food no Brasil. De acordo com a delegada Danúbia Quadros, da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor de Belo Horizonte (MG), na segunda-feira (5/9), um novo óbito foi registrado na capital mineira — o oitavo caso na cidade.
Os cães morreram após intoxicação pelos alimentos por mono-etilenoglicol, mesma substância que em 2020 matou consumidores da cerveja Belorizontina, da cervejaria Backer, de Minas Gerais.
“Hoje foi registrada mais uma ocorrência citando óbito, além de outras internações. Então, em Belo Horizonte, são oito casos de mortes, e têm chegado aos meu conhecimento várias outras mortes Brasil afora. Cerca de 40 até o momento (além daqueles em BH)”, disse a delegada.
Na sexta-feira (2/9), Danúbia Quadros havia revelado que havia registros de animais mortos em Alagoas, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e no Distrito Federal.
Após os animais comerem os petiscos, sentiram muita sede e vomitaram dentro de poucas horas. Ficam abatidos e em poucos dias receberam diagnóstico de injúria renal aguda, relata a advogada Silvia Valamiel, que está representando os cinco tutores dos primeiros mascotes vitimados.
Investigação
O caso está sob investigação da Polícia Civil e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A fábrica da Bassar em Guarulhos (SP) já foi interditada pelo Ministério na sexta-feira e ordenou o recolhimento dos produtos.
Em nota, a empresa afirma que interrompeu a produção da fábrica e que está contratando uma empresa externa para investigar o caso. Leia a nota completa:
“A Bassar Pet Food informa que decidiu interromper a produção de sua fábrica até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos. A empresa também está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário em sua fábrica, em São Paulo.
De modo preventivo, a companhia já estava recolhendo os lotes de duas linhas de alimentos, mas procederá agora ao recolhimento de todos os produtos da empresa nacionalmente, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos. A empresa enviou amostras de produtos para institutos de referência nacional para atestar a segurança e conformidade de seus produtos sob investigação.
Além disso, acionou todos os seus fornecedores para que façam o rastreamento dos insumos utilizados para afastarem a hipótese de algum tipo de contaminação”.