metropoles.com

Sob forte protesto, CCJ aprova PEC que proíbe aborto legal

Proposta visa incluir na Constituição o direito à vida desde a concepção. Com isso, os fetos, como os demais cidadãos, terão direito à vida

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
IGO ESTRELA /METRÓPOLES @igoestrela
Pedido de vista adia votação na CCJ da Câmara de projeto que perdoa anistia golpistas por 8 de janeiro Metropoles 10
1 de 1 Pedido de vista adia votação na CCJ da Câmara de projeto que perdoa anistia golpistas por 8 de janeiro Metropoles 10 - Foto: IGO ESTRELA /METRÓPOLES @igoestrela

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados votou, nesta quarta-feira (27/11), pela admissibilidade da proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece o direito à vida desde a concepção. Na prática, a proposta proíbe o aborto legal no Brasil.

O texto é de autoria do ex-deputado Eduardo Cunha e, se aprovado pelo Congresso Nacional, restringirá de forma significativa a legislação sobre a interrupção da gravidez.

Atualmente no Brasil, o aborto só é permitido em três casos: quando há risco de vida para gestante, em caso de estupro e no cenário de fetos anencéfalos. Caso aprovada pelo Congresso, a PEC vai acabar com todas essas permissões.

Filha de Cunha (foto em destaque), a deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ) faz parte da CCJ e articulou a aprovação da proposta.

“A discussão acerca da inviolabilidade do direito à vida não pode excluir o momento do início da vida. A vida não se inicia com o nascimento e, sim, com a concepção”, argumenta Cunha no texto da proposta.

A PEC tem a admissibilidade aprovada à revelia da base governista na Câmara. Os deputados apresentaram um requerimento de retirada de pauta na semana passada, mas o pedido foi negado pelos demais integrantes da CCJ. Com isso, a base apresentou um pedido de vista da matéria – o que representa mais tempo para analisar o projeto. Nesta quarta, com o prazo de vista esgotado, a PEC foi aprovada.

Com a admissibilidade aceita na CCJ, a PEC, agora, aguarda a criação de uma comissão especial pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na qual o mérito será analisado.

Apesar da derrota governista, os deputados da base da gestão petista conseguiram fechar um acordo com a cúpula da comissão para que nada mais polêmico seja apreciado pelo colegiado. Entre as pautas que poderiam ser discutidas à tarde, havia projetos contra o Movimento Sem Terra (MST) e uma proposta que dá poder a estados para legislar sobre matéria penal.

Confusão na CCJ

A proposta avançou na Câmara dos Deputados depois de uma confusão durante a discussão da PEC. Manifestantes aos gritos de “criança não é mãe, estuprador não é pai” fizeram com que a presidente do colegiado, deputada federal Caroline de Toni (PL-SC), transferisse o debate para outro plenário.

Apesar da mudança de plenário, a confusão se manteve e os deputados retornaram para o plenário de origem e voltaram, então, a discutir a PEC que visa garantir direito à vida desde a concepção.

Confira parte da confusão:

PL Antiaborto

Não é a primeira vez que a Câmara dos Deputados discute medidas para restringir o aborto legal no Brasil. No primeiro semestre, entrou em discussão um projeto de lei (PL) que visa equiparar o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples.

A matéria gerou grande repercussão dentro e fora da Câmara dos Deputados e, com isso, o presidente Lira indicou que o mérito da proposta seria discutido em comissão especial.

Cinco meses após polêmica, PL do Aborto “some” na Câmara

Aborto no STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) analisa a descriminalização do aborto nas primeiras 12 semanas de gestão. A Suprema Corte discute uma ação de repercussão geral, protocolada pelo PSol, que contou com o voto favorável da relatora, a ex-ministra Rosa Weber.

“O aborto não se trata de decisão fácil, que pode ser classificada como leviana ou derivada da inadequação social da conduta da mulher”, indicou a Rosa Weber.

O julgamento está parado na Supremo Corte e aguarda o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, pautar o processo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?