Sob expectativa de anúncio no BC, Lula convoca Galípolo a Brasília
Gabriel Galípolo participava de evento do no Piauí na manhã desta segunda-feira (26/8), mas antecipou volta a Brasília
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou de volta a Brasília o diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. O principal cotado para assumir a presidência do BC estava participando de um evento em Teresina (PI), na manhã desta segunda-feira (26/8).
O pedido antecipado se dá em meio à expectativa quanto ao anúncio do próximo nome que irá comandar o BC pelos próximos anos. O anúncio do próximo presidente do BC deve ocorrer pelo próprio Lula e pode sair ainda nesta semana. Nas indicações dos diretores no ano passado a comunicação coube ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Galípolo participou, na manhã desta segunda-feira (26/8), de conferência promovida pelo Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI). Na ocasião, o presidente da Corte, conselheiro Kennedy Barros, afirmou que deveria acelerar a programação, diante da convocação de Galípolo.
“Vamos correr um pouco com a programação porque o doutor Galípolo recebeu a convocação do presidente da República e não vai ficar o tempo que nós gostaríamos e que ele também gostaria em Teresina”, afirmou o presidente do TCE-PI.
Veja o momento:
Lula ainda não confirmou quem será o sucessor de Roberto Campos Neto, presidente do BC até 31 de dezembro de 2024, mas tanto ele quanto Haddad e outros integrantes do governo deram pistas de que Galípolo é o favorito. Ele foi braço direito de Haddad no Ministério da Fazenda nos primeiros meses de 2023, como secretário-executivo, e é um dos oito diretores do órgão.
Sabatina
Na semana passada, Haddad defendeu que a sabatina do indicado à presidência do BC no Senado Federal ocorra durante o período de recesso branco, ou seja, antes das eleições municipais de 2024.
“Tudo está programado para uma conversa entre Senado e Planalto sobre a possibilidade de fazermos a sabatina durante esse processo de recesso branco”, afirmou o ministro a jornalistas no Ministério da Fazenda.
“Eu conto com a simpatia do Senado em relação a esse tema”, completou Haddad.
Depois da sabatina, os indicados precisam ser aprovados pelos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, na sequência, pelo plenário da Casa.
Autonomia do BC
Segundo a lei de autonomia do BC, aprovada em 2021, no governo Jair Bolsonaro (PL), o presidente e os oito diretores do BC passaram a ter mandatos fixos de quatro anos, não coincidentes com o mandato do presidente da República.
Lula é o primeiro titular do Palácio do Planalto a lidar com um presidente da autoridade monetária não indicado por ele.
O petista já acusou o atual chefe da autoridade monetária, Campos Neto, de ter alinhamento ideológico com Bolsonaro e o responsabilizou pelo atual patamar da taxa básica de juros, a Selic, que está em 10,50% ao ano e é considerado por ele muito elevado para o momento econômico do país.