“Só queremos justiça”, diz parente de empresário morto com brigadeirão
Para a polícia, a namorada do empresário teria matado Luiz Marcelo para ficar com bens e objetos de valor. Ela encontra-se foragida
atualizado
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Um parente do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, que preferiu não se identificar, falou em entrevista ao Encontro, da TV Globo, sobre o assassinato de “Marcelinho”, supostamente praticado pela namorada dele, Júlia Andrade Cathermol Pimenta. Ela é acusada de ter dopado e matado o namorado com um brigadeirão envenenado. Júlia ainda teria convivido com o corpo do companheiro por cinco dias, de acordo com a perícia. A mulher é considerada foragida.
Segundo o parente, Júlia esteve poucas vezes com a família de Luiz Marcelo. “A mãe dele não apoiava o relacionamento, não gostava dela. Parece que ela já pressentia essa energia ruim dela [Júlia].”
O casal teria se reaproximado após o falecimento da mãe da vítima, cerca de um ano atrás. O familiar afirmou que Júlia contou ao empresário que havia rompido com a própria família para ficar com ele. Em abril, eles passaram a morar juntos, assumindo, por meio das redes sociais, que eram casados. “As pessoas questionavam o retorno deles, mas o Marcelinho não aceitava que ficassem falando que ela não era uma boa pessoa”, revelou o parente.
Segundo a polícia, Júlia teria matado Luiz Marcelo para ficar com bens e objetos de valor da vítima. Porém, de acordo com o familiar, o homem não era rico, apenas “tinha uma vida confortável”. “Ela vinha tentando fazer uma união estável com ele e tentando participar de negociações, como se fosse a esposa dele. O que a gente entende é que ela estava tentando manipular as coisas para que ela fosse uma herdeira direta. Foi uma coisa bem arquitetada. Ela viu ele órfão, sem herdeiro, sem nada e pensou: ‘Ninguém vai me tirar o que eu consegui’. Pelo menos a gente pensa assim”, lamentou o homem.
Ainda de acordo com ele, Júlia Andrade Cathermol Pimenta não teria planejado o crime sozinha.
“É uma dor ver a notícia por causa da lembrança que vem. Ele era conhecido como Marcelinho, e era o primo caçula. Vamos lembrar dele sempre como o caçula. A gente aguarda que ela se apresente ou seja presa. Só queremos justiça”, finalizou o parente de Luiz Marcelo.
O caso
O crime, apurado desde 20 de maio, quando bombeiros encontraram o corpo do empresário após denúncia de vizinhos por causa do mau cheiro que vinha do apartamento do empresário, no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio, “chama atenção e choca pela frieza da suposta autora”, segundo o delegado Marcos Buss.
De acordo com ele, Júlia agiu sob influência de uma orientadora espiritual, a cigana Suyane Breschak, com quem a suspeita tinha uma dívida de R$ 600 mil. A mulher tinha conhecimento de que Júlia havia comprado cerca de 50 comprimidos à base de morfina para dopar Luiz Marcelo. Ela foi presa por suspeita de participação no homicídio.
Júlia chegou a prestar depoimento em uma delegacia, dois dias após a localização do corpo do namorado. Desde então, a mulher está foragida. À polícia ela contou que deixou o apartamento em uma segunda-feira, após uma briga no domingo. Ela acrescentou que Luiz Marcelo estava bem e chegou a preparar o café da manhã.
A polícia descobriu que Júlia deixou o prédio às 13h da segunda-feira (20/5), carregando algumas malas. No sábado, ela havia saído com o carro de Luiz, mas retornou sem o veículo.