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Só o Brasil não entendeu importância da educação inclusiva, diz Rigoni

Em entrevista ao Metrópoles, primeiro parlamentar cego do país defendeu a presença de estudantes com deficiência em salas de aula regulares

atualizado

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Rachel Sheherazade entrevista Felipe Rigoni
1 de 1 Rachel Sheherazade entrevista Felipe Rigoni - Foto: Metrópoles

Primeiro parlamentar cego do país, o deputado federal Felipe Rigoni (sem partido-ES) criticou, em entrevista ao Metrópoles, a maneira como o Ministério da Educação (MEC) tem se posicionado sobre a presença de estudantes com deficiência em salas de aula regulares. De acordo com o parlamentar, “só o Brasil” não entendeu a importância da educação inclusiva.

“Se separar as pessoas com deficiência em uma escola onde só tem pessoas com deficiência, essa pessoa nunca vai aprender a lidar com os outros, e os outros nunca vão aprender a lidar com ela. E quando chegar no mundo real, vai criar uma sociedade dividida. Tem diretores [de escolas] já recusando pessoas com deficiência em escolas comuns. Por que? O exemplo veio de cima. O ministro diz que atrapalha. Essa é uma consequência muito ruim e nós lutamos para reverter isso”, argumentou (confira a partir de 14’).

Recentemente, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que a presença de crianças com deficiência “atrapalham” o aprendizado dos outros alunos. Para o parlamentar, que coordenada a comissão externa que acompanha as ações do MEC, a pasta age com “preconceito, ignorância e um pouco de preguiça”.

“Isso vale para quase todas as políticas públicas do MEC. O que está acontecendo hoje é uma quase total inexecução das políticas públicas e um direcionamento para a segregação das pessoas com deficiência. O mundo inteiro já entendeu que a melhor maneira de educar uma pessoa com deficiência é junto com pessoas que não têm deficiência. Elas aprendem conosco”, argumentou (11’).

Poupança estudantil

Relator de projeto de lei que cria uma poupança para estudantes em situação de vulnerabilidade, o deputado defendeu a medida como uma maneira de combater o abandono escolar. “A gente abre uma poupança automaticamente para o aluno que está começando o 9º ano do Ensino Fundamental. É para incentivar ele a permanecer na escola. Cada ano que ele vai passando, ganha um valor. Nós estamos vivendo um momento em que 1 em cada 4 alunos estão desistindo de voltar para a escola”, explicou (17’).

Questionado sobre uma possível candidatura ao governo do Espírito Santo, ventilada pelo PSDB – sigla com a qual negocia uma possível filiação–, Rigoni se disse disposto ao desafio. “O Espírito Santo passou bons 20 anos com os governos de Renato Casagrande [PSB] e Paulo Hartung [MDB], mas essa era está passando e a gente precisa dar um novo passo. Eu quero construir o grupo que vai fazer isso acontecer para o estado. Se vai ser 2022 ou 2026, ninguém sabe. Estamos conversando com vários partidos. PSDB e DEM são dois deles”, disse (3’).

Durante a entrevista, Felipe Rigoni também defendeu a adoção de cotas para pessoas com deficiência no parlamento. Apesar de classificar a medida como “urgente”, destacou que a política seria”transitória”. O parlamentar também destacou que o Brasil possui uma legislação complexa de garantia dos direitos de pessoas com deficiência, mas pontuou as dificuldades encontradas para colocar em prática as leis. Confira:

 

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