“Só estou viva porque meu marido me salvou”, diz vítima de tragédia em SP
Sônia Vilhena, 23, perdeu o marido e a mãe em acidente entre ônibus e caminhão no interior de São Paulo nessa quarta-feira (25/11)
atualizado
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Enviadas especiais a Itaí (SP) – O grave acidente entre um ônibus e um caminhão no interior de São Paulo na manhã de quarta (25/11) destroçou a família da costureira Sônia Vilhena, de 23 anos, que na manhã desta quinta velou os corpos do marido e da mãe em um ginásio da cidade de Itaí, junto com o filho de 1 ano e 8 meses, agora órfão do pai Ronivan.
“Foi o nosso sonho”, diz ela, sobre a criança. Em hospitais, estão uma irmã de Sônia, que passou por cirurgia e ainda não foi avisada sobre a morte da mãe, e um irmão que teve as duas pernas amputadas.
Ela e os familiares eram passageiros do ônibus que se envolveu em um acidente na Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, entre Taguaí e Taquarituba, no interior de São Paulo, e estavam a caminho de uma fábrica têxtil em Fartura (SP), onde todos trabalhavam.
“Eu tava no terceiro banco”, lembra ela, que diz que acordou com o marido se jogando em cima dela. “Só estou viva porque meu marido me salvou”, disse, emocionada, a costureira que trabalhava na fábrica há seis anos e sempre fez o trajeto com receio.
“Ele [motorista do ônibus] corria muito, tentava ultrapassar sempre. A culpa não sei de quem é, a única coisa que quero é que tenha justiça, foram muitas vítimas com a vida interrompida”, lamentou ainda Sônia.
Veja a entrevista de Sônia:
O acidente no interior paulista deixou 41 mortos e ao menos 14 pessoas feridas. O governo paulista lançou uma campanha convocando os moradores da região de Botucatu a doarem sangue no hemocentro da cidade.
Em Itaí, os velórios estão sendo realizados de maneira coletiva, em ginásios. Veja imagens do velório dos parentes de Sônia Vilhena: