“Só Deus sabe o quanto sonhamos com esse dia”, diz irmã de Marielle
Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco celebrou a prisão de suspeitos de mandar matar a vereadora carioca
atualizado
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Irmã de Marielle Franco e ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco celebrou a prisão de três suspeitos de mandar matar a vereadora carioca. “Só Deus sabe o quanto sonhamos com esse dia!”, disse no X (antigo Twitter).
“Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?”, afirmou.
A Polícia Federal prendeu, na manhã deste domingo (24/3), o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ); o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio; e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.
Anielle também cumprimentou nominalmente o ministro do STF Alexandre de Moraes e completou: “Estamos mais perto da Justiça!”.
Só deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?
Agradeço o empenho da PF, do gov federal, do MP federal e estadual e do Ministro @alexandre .…
— Anielle Franco (@aniellefranco) March 24, 2024
Operação Murder Inc
Intitulada Murder Inc., a operação que prendeu os suspeitos apura também o homicídio do motorista Anderson Gomes e a tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.
A ação contou com a participação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), todos na cidade do Rio de Janeiro/RJ.
A ação conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.
Reduto político e milícia
Chiquinho e Domingos Brazão têm o reduto político e eleitoral em Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, historicamente dominado pela milícia.
Chiquinho Brazão foi citado na delação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco. Ele foi vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro pelo MDB por 12 anos, inclusive durante os dois primeiros anos de mandato de Marielle, entre 2016 e março de 2018, quando ela foi assassinada.
Chiquinho nunca havia sido citado no caso Marielle e chegou a afirmar à coluna do Guilherme Amado que tinha um bom convívio e relação com Marielle Franco nos dois anos em que dividiram o plenário da Câmara carioca.
Entretanto, o nome de seu irmão, Domingos Brazão, apareceu no depoimento do miliciano Orlando Curicica sobre o crime à Polícia Federal.