Só 7 deputados dizem não ter se vacinado contra a Covid. Veja lista
O Metrópoles consultou todos os deputados federais – e também os senadores – sobre a imunização contra a Covid
atualizado
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Com a vacinação contra a Covid-19 já disponível para adultos de todas as faixas etárias no Brasil, deixar de se imunizar se tornou uma escolha pessoal e, no caso de parlamentares e autoridades, uma mensagem política.
Às vésperas da volta ao trabalho presencial na Câmara dos Deputados, marcada para a semana que vem, o Metrópoles consultou todos os detentores de mandatos federais sobre sua situação vacinal.
No Senado, nenhum parlamentar disse não ter tomado as doses de imunizante contra o coronavírus, mas 19 (23% dos 81) não responderam ao questionamento da reportagem.
Já na Câmara, onde 304 deputados haviam respondido até a publicação deste texto (59% dos 513), seis revelaram não ter se vacinado e três que atenderam o Metrópoles se recusaram a responder. Os nove são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que não perde a oportunidade de dizer que não se vacinou e nem pretende.
Uma das parlamentares que preferiu não revelar se está ou não vacinada foi a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Na última terça-feira (19/10), a parlamentar usou suas redes sociais para cobrar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a decisão de exigir carteira de vacinação para a volta presencial.
“Presidente Arthur Lira, a vacina não impede o contágio nem a transmissão do vírus. Portanto, essa carteira de vacinação é inócua e fere o direito de quem opta por não se vacinar por não se sentir seguro”, escreveu Kicis.
Já uma das que revelaram não ter tomado nenhuma dose foi a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que também usou as redes sociais para comentar a determinação da presidência da Casa e disse que pretende apresentar apenas um exame de “anticorpos neutralizantes”.
“Na Câmara existe o plenário, onde mais de 500 deputados ficam juntos, e é importante ter segurança na volta”, avaliou a governista. Sobre a decisão de Lira, ela disse que “algumas pessoas entenderam que era um passaporte sanitário, mas não será assim. Conversamos com o presidente e os que decidirem não se vacinar poderão apresentar os anticorpos neutralizantes ou fazer exame PCR”, declarou Zambelli.
Veja um quadro com as respostas de todos os deputados (se mais congressistas responderem, os dados serão atualizados):
Dos não vacinados na Câmara, cinco são do PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu, e um é do Podemos, o deputado Diego Garcia, do Paraná.
Confira também o quadro com as respostas dos senadores:
Volta ao trabalho presencial na Câmara
Na terça-feira (19/10), o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), anunciou que o trabalho remoto, iniciado em março de 2020 por causa da pandemia, será suspenso a partir da próxima segunda-feira (25/10).
“Serão tomadas todas as medidas administrativas e sanitárias no retorno das atividades, entre elas, a apresentação da carteira de vacinação”, adiantou Lira no Twitter.
Já vale na Casa uma regra que torna o uso de máscaras obrigatório em todas as dependências, sem exceção. A norma está estabelecida na Portaria 107/20, de 30 de abril do ano passado.
Vacinação e média móvel no Brasil
O Brasil atingiu na quarta-feira (20/10) a marca de 50,1% da população vacinada contra a Covid-19 com as duas doses ou com a dose única. Segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, 106.874.272 pessoas já fizeram o ciclo completo da imunização.
Ao menos 71% da população já se vacinou com ao menos uma dose (152.325.559 de pessoas). Em relação à dose de reforço, para quem completou o ciclo vacinal, 5.065.592 indivíduos já a receberam.
Desde janeiro de 2020, juntando primeiras e segundas doses, dose única e dose de reforço, já foram aplicadas 264.265.423 vacinas.
A aceleração na imunização coincide com o recuo nos índices da pandemia. A média móvel de mortes diárias provocadas pela Covid-19 estava em 379 na quarta-feira, um leve aumento em relação à registrada na terça. Em comparação com verificado há duas semanas, houve variação de -13,2%, sinalizando estabilidade nos óbitos documentados.
No total, o Brasil já perdeu 604.228 vidas para a doença e somou 21.680.489 casos de contaminação.
* A deputada Sâmia Bomfim, que está de licença-maternidade, havia respondido dentro do prazo, mas, por um erro interno, a resposta dela não foi contabilizada. Por isso, pedimos desculpas.