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Só 3 estados têm mais de 20% da população vacinada com dose de reforço

Seis não dispõem de dados atualizados sobre a vacinação. Estados dizem que ataque hacker ao Ministério da Saúde comprometeu sistema

atualizado

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Arthur Menescal/Especial Metrópoles
Fotografia colorida de seringas de vacina
1 de 1 Fotografia colorida de seringas de vacina - Foto: Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Levantamento feito pelo Metrópoles mostra que apenas três estados conseguiram aplicar a dose de reforço das vacinas contra a Covid-19 em mais de 20% de suas populações: São Paulo (26,7%), Mato Grosso do Sul (26,4%) e Espírito Santo (22,2%).

Ou seja, na maior parte do Brasil, os elegíveis para mais uma dose dos imunizantes ainda não compareceram aos postos de vacinação.

Para chegar a esse número, o (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, consultou cada um dos vacinômetros e boletins epidemiológicos dos 26 estados e do Distrito Federal.

O levantamento verificou a quantidade de doses de reforços aplicadas em cada estado e a proporção da população local contemplada. Para o cálculo, foi utilizada a mais recente estimativa da população, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além dos baixos índices de retorno aos postos, outro problema também tem contribuído para o número desapontador: em seis estados, dados sobre a Campanha Nacional de Imunização estão desatualizados há mais de um mês. O motivo alegado pelos gestores é a falta de conectividade com o sistema de informações do Ministério da Saúde, que alega ter sofrido um ataque hacker.

Com dados atualizados até 15 de dezembro, Acre, Alagoas, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Tocantins vivem um apagão que os impede de registrar de forma fidedigna a corrida pela terceira dose.

Desde que sofreu uma série de ataques hackers em seus sistemas no dia 10 de dezembro, o Ministério da Saúde não conseguiu solucionar o apagão de dados sobre a Covid causado pela invasão. Com isso, informações epidemiológicas estão fora do ar.

Segundo Rodrigo Cruz, secretário executivo da pasta, tudo foi apagado da nuvem do ministério durante o ataque. Os dados, porém, não estariam perdidos, diz Cruz.

A Paraíba alega não contabilizar vacinas de reforço, pois isso seria de responsabilidade dos municípios, que informariam ao ministério o montante aplicado. Em sua plataforma de acompanhamento, entretanto, o estado contabiliza primeiras, segundas e doses únicas de imunizantes aplicados.

Veja como está a situação de cada um dos estados do país:

O cenário preocupa especialistas, que veem a alta disseminação da variante Ômicron como um problema que só pode ser solucionado efetivamente com a aplicação do reforço das vacinas na população.

“Para enfrentar a Ômicron, precisamos que todos acima de 18 anos tenham ao menos três doses de vacinas. Isso é o básico”, diz Raquel Stucchi, médica infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Em todo o país, a cada 100 pessoas 15 tomaram a dose de reforço, quantidade menor do que as registradas pelas nações vizinhas. No Chile, o número sobe para 61 vacinados a cada centena; Uruguai, 46; e na Argentina 19 em cada 100 já tomaram a dose de reforço, segundo dados da plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford.

Devido à baixa parcela de vacinados com reforço no Brasil, Stucchi afirma que o país está, mais uma vez, ficando para trás na corrida contra o vírus.
“Estamos atrasados, muito atrasados. Nosso percentual de pessoas já vacinadas com três doses é muito pequeno”, descreve a especialista.
Para o médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro, o problema na cobertura da terceira dose se soma a um planejamento que, segundo ele, foi mal executado para enfrentamento da Covid-19.

“Desde o início [da pandemia] não temos planejamento em relação à Covid, que deveria ter sido comandado pelo Ministério da Saúde. Faltou coordenação, e segue faltando até hoje”, critica Ribeiro.

Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu aos questionamentos enviados pela reportagem do Metrópoles. O espaço permanece aberto.

Covid: conheça os diferentes tipos de teste e saiba qual fazer:

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Segundo especialistas, para se ter um controle da doença e conter a disseminação do vírus, é importante testar, cada vez mais, a população
Secretaria de Saúde diz que não faltam testes de Covid-19 no DF
<strong>RT PCR</strong>: considerado “padrão-ouro” pela alta sensibilidade, o teste é usado para o diagnóstico da Covid-19. Ele detecta a carga viral até o 12º dia de sintomas do paciente, quando o vírus ainda está ativo no organismo. O resultado é entregue em, aproximadamente, três dias
O teste utiliza a biologia molecular para detectar o vírus Sars-CoV-2 na secreção respiratória, por meio de uma amostra obtida por swab (cotonete)
<strong>Teste salivar por RT-PCR</strong>: utiliza a mesma metodologia do RT-PCR de swab e conta com precisão de mais de 90% para o diagnóstico da doença ativa. O procedimento deve ser feito nos sete primeiros dias da doença em pacientes com sintomas
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Uma das estratégias de enfrentamento da pandemia de Covid-19 é a vigilância epidemiológica, com o registro e a observação sistemática de casos suspeitos ou confirmados da doença, a partir da realização de testes

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Segundo especialistas, para se ter um controle da doença e conter a disseminação do vírus, é importante testar, cada vez mais, a população

Aline Massuca/Metrópoles
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Secretaria de Saúde diz que não faltam testes de Covid-19 no DF

Breno Esaki/Agência Saúde-DF
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RT PCR: considerado “padrão-ouro” pela alta sensibilidade, o teste é usado para o diagnóstico da Covid-19. Ele detecta a carga viral até o 12º dia de sintomas do paciente, quando o vírus ainda está ativo no organismo. O resultado é entregue em, aproximadamente, três dias

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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O teste utiliza a biologia molecular para detectar o vírus Sars-CoV-2 na secreção respiratória, por meio de uma amostra obtida por swab (cotonete)

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Teste salivar por RT-PCR: utiliza a mesma metodologia do RT-PCR de swab e conta com precisão de mais de 90% para o diagnóstico da doença ativa. O procedimento deve ser feito nos sete primeiros dias da doença em pacientes com sintomas

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PCR Lamp ou Teste de antígeno: comumente encontrado em farmácias, o exame avalia a presença do vírus ativo coletando a secreção do nariz por meio de swab. O resultado leva apenas 30 minutos para ficar pronto, por isso, ele é indicado para situações em que o diagnóstico precisa ser rápido

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De acordo com a empresa que fornece o exame, ele possui 80% de confiança. O método empregado no teste é usado também para outras doenças infecciosas, como a H1N1

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Teste de sorologia: revela se o paciente teve contato com o coronavírus no passado. Ele detecta a presença de anticorpos IgM, IGg ou IgA separadamente, criados pelo organismo das pessoas infectadas para combater o Sars-CoV-2, a partir de um exame de coleta de sangue

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O exame deve ser realizado a partir do 10º dia de sintomas. A precisão do resultado é menor do que nos testes do tipo RT-PCR. Além disso, falsos negativos podem aparecer com mais frequência

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Teste rápido: o método é semelhante aos testes de controle de diabetes, com um furo no dedo. A amostra de sangue é colocada em um reagente que apresenta o resultado rapidamente

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O teste imunológico rápido detecta a presença de anticorpos e o resultado positivo sinaliza que o paciente já sofreu a infecção pelo novo coronavírus. A confiabilidade do resultado varia muito, já que o método apresenta alta taxa de falso negativo

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Teste de anticorpos totais: detecta a produção do IgM e IgG no organismo, a partir de um único exame de coleta de sangue, e não faz a distinção dos valores presentes de cada anticorpo. A precisão do resultado chega a 95%

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Teste de anticorpo neutralizante: o procedimento é indicado para a avaliação imunológica. O exame detecta os anticorpos e vê a proporção que bloqueia a ligação do vírus com o receptor da células

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