Situação de abusos em abrigos no RS já está controlada, diz delegada
Em entrevista ao Metrópoles, a delegada Eliana Lopes explicou que a situação só esteve grave nos primeiros dias da enchente
atualizado
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Durante as enchentes que assolam o Rio Grande do Sul, vieram a público diversos relatos de abusos contra mulheres e crianças nos abrigos instalados para acolher as vítimas da tragédia ambiental. No entanto, segundo a diretora da Divisão de Comunicação Social da Polícia Civil, delegada Eliana Parahyba Lopes, a situação já está sob controle.
O Metrópoles entrevistou mulheres que passaram por situações de violência de gênero em abrigos, incluindo importunação, estupros e ameaças. Elas relataram o terror vivido nos locais que, a princípio, eram para ser lugares seguros em meio a uma das maiores catástrofes climáticas do país.
“A situação nos primeiros dois, três dias estava mais periclitante, em razão de estarmos todas as forças da segurança imbuídas no propósito de salvar vidas, mas, tão logo essa fase estava vencida, já fortalecemos as equipes da Polícia Civil nos abrigos e, na sequência, a Polícia Militar também entrou no processo. A situação já está controlada”, afirmou a delegada.
Ainda de acordo com Eliana Lopes, a Polícia Civil e a Brigada Militar passaram a realizar rondas noturnas em todos os abrigos, através da chamada Operação Noite Segura, além de patrulhas nas áreas alagadas. Essas medidas contribuíram para aumentar a segurança e prevenir novas ocorrências de abuso.
“As ocorrências de abuso que tivemos, que não foram muitas, considerando os mais de 150 abrigos que foram instalados, se deram muito em razão de abusos que já vinham ocorrendo no seio familiar”, explicou.
A delegada enfatizou que a segurança nos abrigos foi reforçada rapidamente após o controle das enchentes, e que as forças policiais estão empenhadas em manter um ambiente seguro para todos os desabrigados.
Abrigos desmascararam casos de abusos em ambiente familiar
Segundo a Secretaria de Segurança do Rio Grande do Sul, a convivência nos abrigos facilitou a notificação de casos de abusos que, antes, ficavam escondidos no ambiente domiciliar.
Uma força-tarefa foi criada pelo Conselho Tutelar e pelo Ministério Público para verificar todas as denúncias recebidas. Se procedentes, são remetidas à Polícia Civil, e a família é mantida em acompanhamento, inclusive psicológico.
Enchentes no RS
Segundo o último balanço da Defesa Civil, divulgado às 9h dessa terça-feira (4/6), a tragédia causada pelas chuvas que assolam o Rio Grande do Sul já deixou 172 mortos. No total, são 806 feridos e 44 desaparecidos.
Mais de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas, sendo que 575 mil estão desalojadas e 35 mil em abrigos. Dos 497 municípios do estado gaúcho, 476 foram atingidos pela tragédia.