Site da Saúde divulga diferença entre vacinas distribuídas e aplicadas
Painel compara o volume distribuído aos estados e o aplicado na população. Números centralizam embate de Bolsonaro com governadores
atualizado
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O site do Ministério da Saúde passou a apresentar um painel comparativo entre as doses de vacina contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, distribuídas aos estados e as já aplicadas na população.
Por volta de 12h40 desta segunda-feira (19/4), a conta indicava que 39% das doses distribuídas ainda não foram aplicadas nas salas de vacina.
Segundo o painel, das 53,4 milhões de doses enviadas pela pasta, 32,8 milhões chegaram ao braço de algum brasileiro do público prioritário.
Vale ressaltar que as secretarias de Saúde têm reservado doses para garantir a aplicação da segunda dose. Isso ocorre para evitar o desabastecimento e a paralização da campanha, já que o país enfrenta escassez do produto.
Veja a comparação no site do Ministério da Saúde:
Nas últimas semanas, o governo federal levantou suspeita sobre os números. No entendimento do Palácio do Planalto, governadores estão “atrasando” a imunização intencionalmente.
Até mesmo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) questionou a conta, quando passou a divulgar os números em redes sociais.
No sábado (17/4), Bolsonaro afirmou que o Brasil ultrapassou a marca de 50 milhões de vacinas contra a Covid-19 disponibilizadas e sugeriu que o país não está na quarta posição entre os países que mais vacinaram no mundo porque as doses não estão sendo aplicadas.
O Brasil é o quinto país que mais aplicou vacinas contra a Covid-19, se comparado com os países do G20, grupo que reúne as economias mais ricas do mundo.
Entretanto, na comparação por números relativos à população, o país é o 11º em aplicações, considerando o número de doses a cada 100 habitantes, segundo o site Our World in Data, ligado a Universidade de Oxford.
O Brasil ultrapassou 13,9 milhões de casos confirmados do novo coronavírus e mais de 370 mil óbitos em decorrência da doença.
O Metrópoles questionou o Ministério da Saúde sobre o descompasso no cálculo entre as doses distribuídas e as aplicadas, além da recente publicização desses números no site da pasta, mas não obteve retorno. O espaço continua aberto a esclarecimentos.