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“Sinhozinho Malta e Porcina no governo”, reage Lima Duarte

Regina Duarte disse que está “noivando” com a pasta da cultura, o que levou ex-ministros e artistas a opinarem sobre a escolha de Bolsonaro

atualizado

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A atriz Regina Duarte disse, nesta nesta segunda-feira (20/01/2020), que vai participar de uma “fase de testes” no cargo de secretária da Cultura do governo federal. O comando da pasta está vago desde a última sexta-feira (17.01/2020), quando Bolsonaro demitiu Roberto Alvim, após a divulgação de um vídeo com citações nazistas.

Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, a atriz estará em Brasília na próxima quarta-feira (22/01/2020), para conhecer a pasta e afirmou estar “noivando” com o governo, o que levou ex-ministros e artistas a opinarem sobre a escolha da artista.

Confira algumas declarações.

Lima Duarte, que fez par com a atriz na novela “Roque Santeiro” (1985).
“Eu acho que para o Brasil de hoje ficou ideal: um Sinhozinho Malta no poder e uma Porcina no ministério”.

Gilberto Gil, cantor, compositor e ex-ministro da Cultura no governo Lula.
“Espero que a Regina veja a cultura do Brasil com os mesmos olhos que eu e tantas outras pessoas vemos a bela figura dela”.

Paula Lavigne, produtora.
“O que eu espero de Regina Duarte? A lista é grande, aí vai: que lute pelo respeito à liberdade de expressão, de pensamento e de fé, sem “filtros” ou “curadorias” na condução das políticas públicas de cultura; que promova uma revisão completa do desmonte da cultura brasileira que vinha sendo promovido por seu antecessor, o que certamente vai dar trabalho; que cancele o projeto de cultura dirigida que foi anunciado; que trabalhe pela recomposição do orçamento da cultura permitindo que as instituições culturais funcionem efetivamente em prol da sociedade brasileira; que revise todas as nomeações para órgãos fundamentais, como a Funarte, a Fundação Palmares, a Fundação Casa de Ruy Barbosa, a Ancine, o Iphan, e em diversos postos de comando da Secretaria de Cultura, valorizando os pesquisadores e técnicos dessas instituições; e que batalhe pelos direitos dos artistas, dos diretores, dos autores, dos compositores e de todos os que produzem arte e cultura no Brasil. Espero também que ela tenha muita sorte e consiga vencer as dificuldades, em nome da uma classe que vem sendo atacada e da qual ela faz parte”.

Sérgio Sá Leitão, ex-ministro da Cultura no governo de Michel Temer.
“Estou torcendo para que ela permaneça, convença o presidente da importância estratégica da arte, da cultura e da economia criativa para o desenvolvimento do país e realize um ótimo trabalho, com absoluto respeito à liberdade de expressão e de criação. Regina é bem intencionada e conhece a área. Mas vai precisar de respaldo interno e apoio externo para atingir seus objetivos”.

Nelson Motta, jornalista e produtor.
“Conheço-a há muito tempo. É ótima atriz e uma pessoa decente e sincera que às vezes toma decisões mais movida pela emoção do que por razão. Duvido que Bolsonaro lhe dê autonomia. Mas… vai que dá? No Brasil de hoje, até Poliana é pessimista. Mas Regina é inteligente e bem intencionada. Pode se redimir de ter votado em Bolsonaro”.

Ana de Hollanda, ex-ministra da Cultura no governo de Dilma Rousseff.
“Nesse cargo, ela tem que lidar com a diversidade e a liberdade de expressão. Mas Bolsonaro fala de fazer filtros, porque algumas artes, segundo ele, ofendem a família. Não acredito que ela vá mudar esse quadro de dirigismo cultural”.

André Sturm, ex-secretário de Cultura de São Paulo e atual secretário do Audiovisual.
“Eu vejo com bons olhos, até porque Regina já produziu peças de teatro, tem experiência com a prática, conhecimento de Lei Rouanet, leis de incentivo. E é doce, suave nas relações”.

Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura no governo Lula.
“Eu não tenho expectativa positiva com Regina Duarte na Secretaria de Cultura. Ela vem se mostrando, há anos, uma pessoa exageradamente conservadora e que apoia o que há de pior na política. A ideia do governo Bolsonaro é a guerra cultural. Eles querem manipular e controlar essa área da sociedade. Se estão chamando ela, é porque enxergam nela uma parceria para esse projeto”.

Ruy Castro, escritor.
“Quero ver como ela vai fazer sem o (autor) Dias Gomes para lhe escrever as falas”.

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