Sindicatos criticam governo por propor 5% a servidores: “Insuficiente”
A reclamação principal é de que o reajuste fica longe de compensar as perdas salariais provocadas pela inflação acumulada
atualizado
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A decisão do governo federal de conceder reajuste salarial de 5% para todos os servidores públicos federais a partir de julho, em informação confirmada à coluna do Igor Gadelha, do Metrópoles, por integrantes da equipe econômica e do Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (13/4), foi recebida de maneira negativa por instituições que representam a categoria.
A reclamação principal é de que o reajuste fica longe de compensar as perdas salariais provocadas pela inflação acumulada nos três primeiros anos do governo Jair Bolsonaro (PL), que chegou a 19,9%.
“O governo oferecer 5% de reajuste linear para o conjunto dos servidores públicos, quando a inflação é de 20%, é só mais um absurdo”, reclama Isac Falcão, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), que promete seguir com a mobilização da categoria por melhorias salariais.
“Continua [a greve] da mesma forma e cada vez mais intensa, porque os problemas da Receita Federal precisam ser resolvidos, pelo bem do Brasil, que precisa desta instituição funcionando adequadamente”, assegura Falcão.
O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, que representa os servidores de nível médio da administração pública federal, também criticou a proposta do governo. Segundo ele, “não contempla o conjunto do funcionalismo”.
“Significa um quarto do que o governo nos deve”, expõe Silva. “Vamos fazer uma reunião amanhã [quinta-feira]para tratar do tema. Para além dessa questão, a proposta não contempla todo o ano, apenas a partir de julho. O servidor público está em uma situação cruel e 5% não vão atender nossa necessidade”, completou.
Balão de ensaio
O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) entende que a proposta feita pelo Planalto pode mostrar uma “mudança de postura”. Mas a instituição concorda que o valor oferecido é insuficiente. Fabio Faiad, presidente do Sinal, afirma, que, dessa forma, a greve da categoria deve continuar.
“A gente acha que essa proposta de um reajuste de 5% dos salários para todos os servidores é só um balão de ensaio. Se essa proposta for realmente oficial, mostra o governo trouxe algo, mudou de postura, mas para o BC não é suficiente. Sem a pauta não salarial, isso é insuficiente. Com isso, a greve continua”, disse. Os servidores do BC pedem um reajuste salarial de 27% e a reestruturação da carreira.
Com informações do Estadão.