Sindicato quer impedir volta do trabalho presencial no Congresso
O Sindilegis afirmou que recebeu inúmeras denúncias de grandes aglomerações e pessoas circulando na Câmara e no Senado sem máscara
atualizado
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O Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis) afirmou que irá ingressar com ação judicial para impedir que os servidores da Câmara dos Deputados e do Senado Federal retornem ao trabalho presencial, enquanto as Casas não assegurarem o cumprimento dos protocolos de biossegurança suficientes para evitar a contaminação por Covid-19. O anuncio foi feito nessa quarta-feira (24/2).
Em nota, o sindicato afirmou que recebeu inúmeras denúncias, inclusive com vídeos, mostrando grandes aglomerações e pessoas circulando sem máscara. “Diversos servidores foram hospitalizados, inclusive em unidades de terapia intensiva”, acrescenta.
De acordo com o Sindilegis, a decisão foi tomada em conjunto com os filiados e representantes de entidades representativas de categorias dos servidores, após tentativas pacíficas do Sindicato, por meio de ofícios enviados à Mesa Diretora da Câmara, para conscientizar o presidente, deputado Arthur Lira (PP-AL), de que este não é o momento adequado para que os servidores voltem a trabalhar presencialmente.
“Não há previsão de calendário de vacina para a maior parte da população e novas mutações do vírus, sabidamente mais contagiosas e possivelmente mais mortais, já estão circulando no DF”, afirmou o presidente do Sindilegis, Alison Souza.
Também nesta quarta, o gabinete 324 foi interditado, devido à comprovação de contaminação pelo novo coronavírus. “Apesar do protocolo sanitário divulgado pela Câmara, há dezenas de relatos de visitantes e, inclusive, de parlamentares, que se recusam a usar máscara e praticar o distanciamento social dentro das dependências, provocando aglomerações em vários pontos, especialmente nos plenários”, acrescenta o Sindilegis.
Focos de aglomerações
O sindicato também estende as considerações ao Senado: “Esta semana uma parlamentar colocou mais de 30 convidados dentro da Comissão de Relações Exteriores, ignorando o aviso da Polícia Legislativa sobre o protocolo e as restrições impostas pela pandemia. Fotos que já estão circulando mostram os corredores do Senado com focos de aglomerações e pessoas com narizes para fora da máscara”.
O nota ainda afirma que, nos casos em que se fizer necessária a presença física do servidor, que a Câmara e o Senado adotem uma série de mudanças para resguardar a saúde e segurança dos servidores, como testagem periódica, fornecimento de equipamentos de segurança individual (EPI); aferimento de temperatura corporal no acesso às dependências das Casas, bem como nos ambientes de maior circulação e de aglomeração de pessoas, como os plenários; dentre outras.