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Sindicato alega invasão de terras onde jornalista foi agredido em MS

O Sindicato Rural de Iguatemi também alertou sobre o risco de indígenas invadirem fazendas da região, e entidade indígena rebatem

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Reprodução/Sindicato Rural de Iguatemi
Sindicato Rural de Iguatemi alerta risco de mais invasões dos indígenas e solicita medidas urgentes pela paz no campo
1 de 1 Sindicato Rural de Iguatemi alerta risco de mais invasões dos indígenas e solicita medidas urgentes pela paz no campo - Foto: Reprodução/Sindicato Rural de Iguatemi

Depois de um grupo de pessoas desaparecer em Mato Grosso do Sul, e três denunciarem agressões de fazendeiros, foi a vez do Sindicato Rural de Iguatemi (MS) alertar sobre o risco de mais conflitos na região. Segundo a entidade, os indígenas querem invadir, nos próximos dias, as fazendas de produtores rurais. O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), por sua vez, rebateu e afirmou que a situação decorre da grave violência a qual o povo indígena é submetido há anos.

“Após ameaça de invasão da Fazenda Maringá, o Sindicato Rural de Iguatemi encaminhou ofício a diversos órgãos solicitando que medidas sejam tomadas pela paz no campo na região. Com o conflito inflamado, os produtores e seus familiares estão com medo de novos episódios”, alertou o sindicato rural, por meio de nota.

O sindicato mencionou o episódio de violência envolvendo um jornalista que estava na região para documentar a luta indígena, mas não esclareceu quem teria cometido a violência, e ressaltou que a ocorrência se deu no mesmo dia da 51ª Assembleia Aty Guasu.

No documento, é apontado que uma das dificuldades nesse processo seria o incentivo de instituições indígenas para as invasões, e que os proprietários adquiriram os locais de maneira legal. “Temos notícia de que o Conselho Indigenista Missionário aparece como um dos que estão coordenando e municiando as invasões. Há uma coação de indígenas por parte das lideranças para praticarem os atos, pois se sentem ameaçados. Isso não é novidade”, diz o ofício.

O Cimi ressaltou que a situação decorre da grave violência à qual o povo indígena é submetido há anos, e destacou que o jornalista agredido sequer adentrou propriedade alguma — que toda a violência decorreu em via pública.

“Em nenhum momento, os jornalistas adentraram em propriedade privada. A violência toda transcorreu numa via pública. A situação, grave em si mesma, evidencia a violência a que os povos indígenas vêm sendo submetidos no Mato Grosso do Sul e reforça os recorrentes relatos feitos por eles a respeito da conduta da PM”, escreveu o Cimi.

A íntegra da nota pode ser lida aqui.

Entenda o caso

A região é alvo estudos de demarcação indígena e sofre com conflitos desde 2012. No total, 20 mil hectares de terras e 46 propriedades rurais passam pelo processo. O jornalista canadense Renaud Philippe, que estava entre as seis pessoas desaparecidas em Iguatemi, Mato Grosso do Sul (MS), relatou ter sido vítima de agressões durante sua cobertura à 51ª Assembleia Aty Guasu.

“Nós estávamos documentando a luta por terra dos Guarani. Nos identificamos como jornalistas, explicamos por que estávamos lá, e o que aconteceu foi que 30 pessoas, algumas com algo na cabeça, vieram até nós, com armas, e simplesmente nos bateram”, descreveu Renaud.

Eles estavam participando da Grande Assembleia Indígena Aty Guasu, cujo propósito era abordar as violências recorrentes enfrentadas pelos povos indígenas e a homologação de terras indígenas no estado.

Conforme detalhado no boletim de ocorrência, o grupo estava em Mato Grosso do Sul para a produção de um documentário, focado nos conflitos entre indígenas e fazendeiros na região. Eles teriam sido agredidos depois de serem surpreendidos por um grupo de homens armados. As informações do boletim foram divulgadas pelo portal g1.

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