“Simulador de Escravidão”: Google retira jogo do ar após denúncias
Deputado Orlando Silva afirmou que vai abrir denúncia no Ministério Público pelo crime de racismo contra desenvolvedores do jogo
atualizado
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O “Simulador de Escravidão” foi retirado da loja de aplicativos da Google, nesta quarta-feira (24/5), após uma onda de denúncias de figuras políticas e internautas. O jogo estava disponível na plataforma ao menos desde 22 de maio. Ainda sem explicações, o game saiu do ar.
A premissa do game é criar uma simulação de proprietário de escravos, onde é possível comprar, vender e açoitar pessoas negras em situação de escravidão. O jogo desapareceu da plataforma depois da repercussão da denúncia no perfil do deputado federal Orlando Silva (PCdoB).
“Entraremos com representação no Ministério Público por crime de racismo e levaremos o caso até as últimas consequências, de preferência a prisão dos responsáveis”, declarou.
Segundo relatos, no jogo era possível escolher entre duas modalidade de gameplay: tirana ou libertadora. A primeira a proposta é gerar lucro e impedir fugas e rebeliões. Já a segunda aborda a luta pela liberdade e busca pela abolição.
Na plataforma do Google, o jogo contava com mais de mil downloads, quase 70 avaliações além de classificação livre. O jogo foi produzido ela Magnus Games. E, segundo os produtores, o aplicativo foi criado para “fins de entretenimento”. Além disso, eles dizem que “condenam a escravidão no mundo real”.
Mesmo com esse discurso, entre as avaliações do game, um usuário reclamou da “falta de opções de tortura” e ainda recomendou novas funcionalidades para a produtora. Apesar do “ponto falho”, ele deu cinco estrelas (nota máxima na plataforma) para o aplicativo.
Ao abrir o game, uma notificação informa que “todo o conteúdo é fictício e não está vinculado a eventos históricos específicos” e que “todas as coincidências são acidentais”.
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No Twitter, o deputado Orlando Silva afirmou que o jogo é “criminoso”. Silva afirmou que vai entrar com uma denúncia no Ministério Público por crime de racismo.
Para o deputado, a disposição do jogo nas plataformas de aplicativo mostra “a urgência da regulação do ambiente digital”.