Silvio Santos é sepultado com ritual judaico em São Paulo
Apresentador que morreu no sábado (17/8) pediu discrição na despedida, que foi reservada à família e amigos
atualizado
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O apresentador e empresário Silvio Santos foi sepultado na manhã deste domingo (18/8) no Cemitério Israelita do Butantan, em São Paulo. A cerimônia foi reservada à família e amigos. A discrição na despedida foi um desejo que Silvio Santos expressou em vida.
Silvio Santos faleceu às 4h50 de sábado (17/8), no hospital Albert Einstein. A instituição informou que ele foi vítima de uma broncopneumonia, após ter sido infectado pelo vírus H1N1. A pedido dele, o corpo foi levado do hospital diretamente ao cemitério.
A cerimônia do enterro de Silvio Santos seguiu a tradição judaica. O costume é que o enterro seja feito sem ostentação. De acordo com a Congregação Israelita Paulista (CIP), o objetivo é “frisar a igualdade de todos os seres humanos em sua morada final”. Assim, o enterro ocorreu sem enfeites ou flores.
Pela tradição, não há o hábito de exibir o corpo em caixão aberto. Essa prática, segundo o costume judaico, é considerada um “desrespeito ao falecido”, conforme consta na cartilha do Cemitério Israelita de São Paulo (CIP). Por esse motivo, o corpo é coberto por um lençol.
Ainda conforme estabelece a CIP, os judeus não cultuam os mortos. Por isso, para evitar a idolatria, o local do sepultamento de Moisés, autor da Torá (livro sagrado judaico), é desconhecido, por exemplo.
No fim da tarde e início da noite de sábado, admiradores e curiosos já se aglomeravam em frente ao cemitério.
Repercussão
Logo após a notícia da morte de Silvio, autoridades, políticos e outras personalidades lamentaram publicamente. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou luto oficial por três dias. O mesmo foi feito pelos presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nas respectivas Casas Legislativas.
Do meio artístico partiram várias outras homenagens. A cantora Priscila; a atriz Gabriela Spanic, protagonista da novela “A Usurpadora”; o narrador Galvão Bueno; o cantor Gilberto Gil; a artista e empresária Lívia Andrade; a apresentadora Angélica; e o apresentador Luciano Huck foram alguns dos nomes que teceram comentários saudosos a respeito do apresentador do SBT.
Na emissora criada por Silvio, também houve muitas homenagens. Funcionários deixaram flores na vaga reservada ao patrão, no estacionamento da empresa.
Antes do início da partida entre Fluminense e Corinthians, Silvio Santos foi homenageado no telão do Maracanã. Nesta rodada do Brasileirão, todos os jogos terão um minuto de silêncio em respeito à memória do empresário e apresentador.
Memórias
Histórias icônicas sobre Silvio Santos foram lembradas. Voltou à tona o protagonismo dele aos domingos, com o Programa Silvio Santos, o mais longevo da TV Brasileira.
Senor Abravanel, nome de batismo de Silvio, iniciou a carreira artística no circo, com passagem pela Rádio Nacional e TV Globo. O sucesso como artista e empresário o alçou à condição de proprietário do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).
Silvio Santos tentou ingressar diretamente na política. Candidatou-se à Prefeitura de São Paulo e ao governo do Estado. Em 1989, na primeira eleição direta após a ditadura, Silvio esteve bem colocado nas pesquisas de intenção de voto, mas sua candidatura foi indeferida pela Justiça Eleitoral, devido a etapas não cumpridas pelo partido dele.
Lembrado pelo sorriso à frente das câmeras, Silvio passou por um dos momentos mais delicados da vida ao ficar mais de sete horas sob a mira de duas armas. Ele foi sequestrado dentro de casa, em agosto de 2001. A habilidade de persuasão contribuiu para o êxito do trabalho policial, e o apresentador foi liberado sem ferimentos.
As principais emissoras dos país alteraram a programação para dar espaço às notícias e homenagens a ele, que seguem durante este domingo.