Silvio Almeida: pedir impeachment por “Dama do Tráfico” é “vergonhoso”
Deputados acusam Silvio Almeida de crime de responsabilidade por custear, por meio do ministério, viagem da Dama do Tráfico a Brasília
atualizado
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O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou, nesta terça-feira (5/12), que o pedido de impeachment contra ele, apresentado por parlamentares à presidência da Câmara dos Deputados, é “vergonhoso”. Deputados acusam o ministro de crime de responsabilidade por custear, por meio do ministério, a viagem da chamada Dama do Tráfico para agendas em Brasília.
A declaração de Silvio foi feita durante audiência na Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) da Câmara. O pedido de impeachment foi enviado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em novembro deste ano, assinado pelo deputado Rodrigo Valadraes (União-SP).
Deputados pedem que o ministro explique o custeio da viagem de Luciane Barbosa Faria, conhecida como Dama do Tráfico, para agendas nos ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos. Informações divulgadas pelo jornal Estadão apontam que Luciane é esposa do traficante e líder do Comando Vermelho (CV) no Amazonas, Clemilson dos Santos Farias.
No pedido de impeachment enviado a Arthur Lira, o deputado Rodrigo Valadares defendeu que o custeio da viagem ocorreu em “prol do interesse do grupo criminoso representado” por ela. Nesta terça, Silvio Almeida fez críticas ao pedido de impeachment e afirmou que o texto é “uma peça jurídica vergonhosa”.
“Pedido absolutamente constrangedor para quem o escreveu e o assinou. É simplesmente vergonhoso, uma peça jurídica vergonhosa, e, se fosse uma prova da OAB, a pessoa reprovaria. As pessoas que assinaram erraram o destinatário: não é o Congresso Nacional, é o STF. Isso não deveria ter sido destinado ao presidente Arthur Lira, que já está cheio de trabalho”, defendeu o ministro.
Dama do Tráfico
Luciane foi recebida em reuniões no ministéiro da Justiça e Segurança Pública e em um evento no ministério dos Direitos Humanos. A escolha do nome de Luciane para participar do evento no DF foi feita pelo Comitê Estadual de Combate à Tortura do Amazonas (CEPCT-AM), órgão que conta com a participação de integrantes do governo do Amazonas, Ordem dos Advogados, ONGs e do próprio Ministério Público, que denunciou Luciane por tráfico e lavagem de dinheiro em agosto.
O Instituto Liberdade do Amazonas, presidido por Luciane, começou a fazer parte do CEPCT-AM também em agosto deste ano, após um edital para a inclusão de entidades da sociedade civil no Comitê. Segundo matéria do Estadão, o Ministério Público acredita que essa organização é financiada com dinheiro da facção carioca.
Além das idas aos ministérios, Luciane foi recebida por parlamentares no Congresso. Ela é esposa de Clemilson dos Santos Farias, o “Tio Patinhas”, e nas redes sociais, se apresenta como defensora da luta pelos direitos dos presos do sistema carcerário amazonense. Clemilson está preso desde dezembro de 2022.