Silveira: queda da inflação dá conforto para crer em “bom senso” do BC
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, disse querer acreditar no “bom senso do Banco Central (BC) para reduzir a taxa de juros
atualizado
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi mais uma voz do governo Lula (PT) a expressar desejo de corte da taxa básica de juros a Selic. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (11/9), ao citar a pressão da conta de energia, ele frisou que a queda na inflação “dá conforto” para crer no “bom senso” do Banco Central (BC).
Em setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu fixar a bandeira vermelha patamar 1, que resulta em acréscimo de R$ 4,463 a cada 100 quilowatt-hora consumido.
Com isso, o preço da energia deve voltar a subir — em agosto, a bandeira tarifária foi verde, sem cobrança adicional nas contas de luz.
“Imprimimos uma queda inflacionária, o que nos dá o conforto de querer acreditar no bom senso do Banco Central para poder diminuir a taxa de juros”, disse ele. Divulgado nesta semana, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, recuou 0,02% em agosto de 2024.
Silveira completou dizendo que o corte de juros tira capital do sistema especulativo e o coloca no setor produtivo. “Quando esse recurso vem para cá, nós estamos gerando emprego, gerando renda, gerando crescimento nacional, fortalecendo uma cadeia produtiva que é a nossa vocação, que é a cadeia do agronegócio”.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ponderou que a inflação advinda do fenômeno climático “preocupa um pouquinho”, mas ela “não se resolve com juro”. “Juro é outra coisa. Mas, enfim, o Banco Central está com um quadro técnico bastante consistente para tomar a melhor decisão, e nós vamos aguardar o Copom da semana que vem”, salientou.
Próxima reunião do Copom
Na próxima semana, entre os dias 17 e 18 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para definir o novo patamar da Selic.
A Selic está fixada em 10,50% ao ano, e há expectativa dos investidores de elevação de 0,25 ponto percentual na próxima reunião. Uma parte minoritária aposta num aumento superior, de 0,50 ponto percentual. Há ainda uma fração menor dos investidores que crê na manutenção dos juros no atual patamar.