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Silva e Luna, da Petrobras, não fala com Bolsonaro há dois meses

Em entrevista ao Estadão, o general demissionário da Petrobras defende a própria gestão e afirma que sucessor precisará de sorte no mandato

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Alaor Filho/Agência Petrobras
Joaquim Silva e Luna
1 de 1 Joaquim Silva e Luna - Foto: Alaor Filho/Agência Petrobras

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o presidente demissionário da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, afirmou que foi comunicado sobre sua saída da chefia da empresa pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O general diz que não fala com o presidente Jair Bolsonaro (PL) há dois meses.

Vale lembrar que o antecessor dele, Roberto Castello Branco, recebia mensagens de Bolsonaro, mas as ignorava. Silva e Luna afirma que ficará até o último momento no cargo, no dia 13 de abril.

Na entrevista, Silva e Luna defendeu a própria gestão, refutou críticas à política de preços da Petrobras, baseada na paridade internacional de custos do petróleo, e acusou que apenas um terço do valor final da gasolina, por exemplo, fica a cargo da estatal. O restante da tarifa seria composto de tributos e serviços relacionados e, portanto, não seria de inteira responsabilidade dele.

Em outro momento, o general defende que as decisões foram tomadas com base em “caráter técnico” e sempre feitas em conjunto com a diretoria executiva da petroleira. Ele, porém, admite que sentia pressão externa, e exemplifica citando os aumentos do petróleo no mercado internacional.

Quando questionado pelos repórteres sobre o pedido de Bolsonaro a Adriano Pires para que melhore a comunicação da empresa com a sociedade e a interlocução com o Congresso, Luna e Silva defendeu a gestão. O general alegou que a comunicação da petroleira é feita até o permitido, levando em conta o período eleitoral.

Quanto ao trânsito com o parlamento, explica que não é “da natureza” dele circular pela Esplanada e Congresso, nem mesmo quando foi ministro da Defesa. Diz que não faltou jogo político em sua gestão.

Instabilidade

Para o general, não há dúvidas de que a troca de comando da petroleira atrapalha a estratégia de gestão a longo prazo e gera instabilidade. Ele defende que o governo deve promover subsídios “temporários”, conforme outros países vêm concedendo.

Exemplos de nações são a Itália, que reduziu impostos; Portugal, que oferece vouchers que ressarcem os valores gastos; e Japão, que subsidia diretamente as distribuidoras. Defende ainda a privatização da Petrobras, a fim de livrar o presidente da República da suposta responsabilidade sobre os preços dos combustíveis.

Silva e Luna preza pela imagem pessoal e de presidente da maior empresa do país, mas, sobretudo, teme pela própria biografia. “Tenho de cuidar da minha biografia, que pertence à minha família”, confessa, em dado ponto da entrevista. Avalia que a troca da presidência da empresa, da maneira como foi feita, causou um desgaste emocional para ele e para amigos e familiares próximos.

O presidente demissionário da Petrobras afirma, por fim, que o sucessor dele, “com sorte”, conseguirá cumprir o que Bolsonaro pede no cenário de incertezas no mercado, devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

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