“Sextorsão”: polícia prende 5 suspeitos por golpe de R$ 500 mil em GO
Operação foi realizada após grupo extorquir morador de Goiás que teve conversa de cunho sexual com suposta adolescente em rede social
atualizado
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Cinco pessoas foram presas, na região metropolitana de Porto Alegre, por suposta extorsão de um morador do município de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, no valor de R$ 500 mil.
De acordo com a investigação, os suspeitos se passaram por delegados de polícia, advogados e conselheiros tutelares com o objetivo de chantagear a vítima.
O homem repassou dinheiro à quadrilha após sofrer ameaças em função de conversas com uma suposta adolescente em uma rede social.
As Polícias Civis de Goiás e do Rio Grande do Sul deflagraram, na quinta-feira (23/6), a Operação Sem Fronteiras, ação conjunta para desarticular a suposta associação criminosa responsável pelo golpe, conhecido como sextorsão, praticado contra vítima goiana.
Durante os meses de janeiro, fevereiro e março deste ano, segundo a investigação, o grupo extorquiu o morador de Rio Verde, por meio das redes sociais. A vítima tem 30 anos.
As prisões e 12 buscas e apreensões foram realizadas na região metropolitana de Porto Alegre, especificamente nas cidades de Novo Hamburgo, Taquara e São Leopoldo. Algumas buscas também foram realizadas em presídios em Novo Hamburgo, Charqueadas e Montenegro. Até o momento, três investigados não foram localizados.
O caso
No início deste ano, segundo a investigação, o morador de Rio Verde iniciou contato com a suposta adolescente por meio de uma rede social – o nome e a idade dela não foram divulgados. A conversa entre os dois ganhou cunho sexual e, então, um suposto criminoso, se passando pelo pai da menina, disse ao homem que a filha era menor de 18 anos e que as conversas causaram a ela severos constrangimentos.
Por isso, de acordo com as polícias, o suposto criminoso simulou a necessidade de tratamento psiquiátrico da adolescente e disse que ela até tentou suicídio. Dessa forma, passados alguns dias, o suspeito exigiu da vítima uma compensação financeira para se reparar, material e moralmente, os danos que teriam sido provocados na adolescente.
Pedofilia
Em seguida, o suspeito e outros comparsas passaram-se por falsos advogados, delegados de polícia e conselheiros tutelares e entraram em contato com o morador, informando-lhe que a adolescente havia sido vítima de pedofilia e praticado atos infracionais em razão de traumas que teriam sido provocados pelas conversas de natureza sexual com a garota. Com isso, exigiram quantias para que ele não sofresse sanções criminais.
De acordo com a investigação, foram reiteradas as quantias extorquidas, sempre precedidas de uma nova ameaça de punição legal, o que culminou no prejuízo de R$ 500 mil do morador. As polícias continuam à procura de novos envolvidos na prática criminosa para também localizar o proveito do crime, de maneira a se viabilizar o ressarcimento à vítima.
A operação foi denominada de Sem Fronteiras, pois as associações criminosas que atuam, como a que é alvo da presente investigação, vitimam pessoas de diversos estados. Os investigados responderão pelos delitos de estelionato e extorsão.
Operação
A operação foi conduzida pelo Grupo de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Rio Verde, através do cartório de crimes cibernéticos, e Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudadores de Porto Alegre, com apoio das delegacias locais gaúchas.
A investigação não informou se o morador também será investigado pela suspeita de conversa de cunho sexual com a suposta adolescente.
O Metrópoles não encontrou contato da defesa dos presos, já que os nomes deles não foram divulgados, até o momento em que este texto foi publicado, mas o espaço segue aberto para manifestações.
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