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Setores da sociedade civil manifestam apoio aos servidores da Anvisa

Associação de servidores não citou diretamente o presidente Jair Bolsonaro, mas fez relação direta com críticas a grupos bolsonaristas

atualizado

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Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Fachada do prédio sede da Anvisa
1 de 1 Fachada do prédio sede da Anvisa - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

A Associação de Servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Univisa) divulgou, nesta segunda-feira (20/12), um manifesto de setores da sociedade civil em apoio aos profissionais da agência reguladora que vêm sendo alvo de ameaças por grupos bolsonaristas, e em defesa da autonomia técnica de atuação do órgão. Políticos, cientistas, professores e profissionais independentes subscrevem o manifesto.

As intimidações ocorreram depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou constranger servidores da agência devido à aprovação da vacinação contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos de idade.

O manifesto não cita o nome de Bolsonaro, mas faz uma associação direta aos apoiadores dele, citando que se tratava “do mesmo grupo político e milícia digital” que propaga desinformação e “defende medicamentos sem comprovação de eficácia” para o novo coronavírus.

“A aprovação do uso de vacina para imunização contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade desencadeou uma onda de ataques contra a Anvisa, seus diretores e seu corpo técnico”, diz o texto.

“Os mesmos grupos políticos e milícias digitais que, desde o início da pandemia, vêm contribuindo para o trágico desfecho de mais de 600 mil mortos ao propagar desinformação, combater o uso de máscaras, o distanciamento social, a vacina, além de promover o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, agora voltam suas baterias contra servidores e diretores da Anvisa na forma de ameaças, ataques virtuais e incitação ao ódio”, completa.

Gratidão e esperança

“A Univisa acolhe essa importante manifestação de apoio com gratidão e esperança, pois demonstra a confiança da sociedade civil no trabalho realizado pelos servidores e marca uma posição em defesa da vida, da ciência, do Sistema Único de Saúde e, acima de tudo, da democracia. Importante contraponto que mostra que os defensores da necropolítica, do negacionismo científico e do terrorismo digital como método político não são a maioria da sociedade e não irão prevalecer”, acrescenta a associação dos servidores.

Apesar da autorização da Anvisa para uso do imunizante Pfizer em crianças de 5 a 11 anos, divulgada na última quinta-feira (16/12), ainda não há expectativa para o início da vacinação desse público no Brasil. Cabe ao Ministério da Saúde adquirir doses para essa população e incluí-la no Programa Nacional de Imunização contra a Covid.

Ameaças à Anvisa

Após Bolsonaro constranger os servidores, a Anvisa divulgou nota, na qual disse “repudiar e repelir com veemência qualquer ameaça “explícita ou velada que venha constranger, intimidar ou comprometer o livre exercício das atividades regulatórias” do órgão.

A agência reguladora informou, na tarde de domingo (19/12), ter registrado novas ameaças nas últimas 24 horas e pedido proteção policial para seus servidores em todo o país.

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