Setor produtivo está preocupado com alta do dólar e taxa de juros
Em posicionamento oficial, o CNI afirmou que o atual cenário de alta do dólar traz preocupações, mas que não há motivos para alarde
atualizado
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está preocupada com a escalada do dólar e da taxa de juros. Em posicionamento oficial, o órgão mostrou a aflição do setor produtivo que vê o atual cenário podendo colocar em risco o desenvolvimento econômico do país.
O comunicado do CNI traz que o dólar em patamar recorde e os juros cada vez mais altos de “forma injustificada são componentes que preocupam a indústria e podem colocar em risco o desenvolvimento econômico do país, diante de um cenário de perspectivas positivas conduzidas pela aprovação da reforma tributária, pelo avanço do acordo Mercosul-União Europeia e os investimentos do programa Nova Indústria Brasil (NIB)”.
Embora possa beneficiar a competitividade das empresas brasileiras na questão das exportações, o CNI ressalta que a desvalorização do real frente ao dólar impõe efeitos negativos sobre o setor produtivo.
“A indústria de transformação, por exemplo, importa 23,7% dos insumos usados no processo de produção, somando-se a indexação relativa dos preços das commodities. Com o dólar mais alto, sobem também os custos para essas empresas, o que pode encarecer os produtos aos consumidores finais”, diz CNI.
Alta do dólar e desvalorização do real
O presidente do CNI, Ricardo Alban, analisa que o real perde valor em compasso com a piora das expectativas do mercado financeiro, que segundo Alban, contrariam dados reais da performance da economia e do controle da dívida pública. “É momento de buscar maior convergência e coordenação entre os atores para enfrentar esse cenário de instabilidade, que beneficia a poucos enquanto prejudica o setor produtivo e o desenvolvimento da nossa sociedade, principalmente com a real perda de poder aquisitivo”, enfatiza.
O CNI prevê que a junção da alta do dólar com a crescente taxa de juros pode comprometer ainda mais a atividade produtiva, com possibilidade de resultados inversos na política de controle da inflação no curto e médio prazos. Uma delas é o esperado crescimento da safra que pode contribuir decisivamente nos preço dos alimentos e petróleo, que apresentam certa instabilidade. Além do crescimento da massa salarial, que não deve manter o ritmo com a indisponibilidade de injeção de recursos.
“O tão desejado equilíbrio e responsabilidade fiscal são indiscutíveis e devem ser perseguidos como política de Estado, não apenas de governos. O pacote fiscal anunciado pelo governo prevê cortes efetivos de gastos públicos, ainda que não se mostrem suficientes. Mas, definitivamente é um passo na direção. Cabe a todos os poderes trabalharem pela racionalidade dos gastos públicos, com apoio da sociedade”, avalia Alban.
Por fim, a Confederação Nacional da Indústria pontua que a questão fiscal traz preocupação, mas que não há motivos para alarde.