Setembro amarelo: como a depressão afeta a saúde mental dos idosos
É importante que os familiares e amigos próximos ofereçam ajuda ao perceber os sinais de depressão no idoso
atualizado
Compartilhar notícia
A campanha Setembro Amarelo é uma ação dedicada à conscientização e prevenção do suicídio. Lançada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), seu principal objetivo é sensibilizar a população sobre a relevância da saúde mental. A iniciativa busca promover educação, diálogo aberto e acolhimento para aqueles que estão enfrentando momentos de sofrimento emocional.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. Com o avanço da idade, milhares de idosos podem aumentar sua vulnerabilidade emocional e mental, fazendo-os reféns de um grupo de risco para o suicídio. Segundo a ABP, o risco entre pessoas com mais de 60 anos é significativamente elevado, especialmente em homens.
Principais fatores
Segundo a psicóloga Eduarda Rezende Freitas, os principais fatores que afetam a saúde mental dos idosos e que podem contribuir para o risco de suicídio são, principalmente, os transtornos pisquiatrícos, sendo a depressão um dos maiores fatores de risco. O tratamento, incluindo psicoterapia e medicamentos, são essenciais para idosos diagnosticados com depressão.
O isolamento social também é um fator de risco importante. É fundamental que o idoso mantenha um círculo social e uma rede de apoio após a aposentadoria.
“O que a gente vê é que muitos idosos, após se aposentarem, acabam tendo uma diminuição do seu círculo social, que estava muito relacionado ao contexto do trabalho. Se a pessoa idosa ter o diagnóstico de depressão, é muito importante que ela faça o tratamento, por meio de psicoterapia e com tratamento medicamentoso, se for o caso”, ressaltou a psicóloga.
A transição da vida profissional para a aposentadoria pode ser um momento difícil, já que muitos idosos perdem parte de seu círculo social e identidade ligada ao trabalho, o que pode impactar negativamente na saúde mental. Assim, é crucial estar atento a esses aspectos para prevenir problemas de saúde mental e até mesmo o suicídio na terceira idade.
Sinais de depressão e integração de idosos
É essencial que a família e os cuidadores estejam atentos aos possíveis sinais de alerta de suicídio em idosos. “Frases como ‘Por que Deus continua me deixando aqui?’ podem indicar um desejo de não continuar vivendo. É importante não ignorar essas falas, mesmo que ditas no contexto de bom humor. Evitar o isolamento social e garantir a presença de pessoas queridas ao redor do idoso pode ser crucial na prevenção do suicídio. Além disso, é fundamental investigar se o idoso está pensando em suicídio e se há algum planejamento para isso, impedindo o acesso a meios letais, como armas de fogo”, sinaliza a especialista.
“O preconceito contra os idosos, conhecido como etarismo, deve ser combatido e os idosos devem ser incluídos na sociedade para evitar o suicídio. A infraestrutura das cidades também deve ser suficiente para que os idosos se locomovam com segurança, evitando quedas e se sentindo integrados. Para que os idosos se sintam incluídos na sociedade, é essencial criar um ambiente acolhedor e compreensivo, que ofereça suporte físico e emocional”, complementa a psicóloga.
A campanha Setembro Amarelo foi desenvolvida para aumentar a conscientização sobre a importância de manter a saúde mental e reduzir o suicídio. Em caso de desesperança, ligue para o Centro de Valorização da Vida, que funciona 24 horas por dia, por meio do número 188 ou chat.