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Servidores mostram preocupação com condições para país sediar a COP30

Preocupação é de servidores do Itamaraty. COP30, a Conferência da ONU para o Clima, vai ocorrer em Belém, no Pará, em 2025

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1 de 1 imagem colorida mostra palácio itamaraty - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) manifestou preocupação com as condições estruturais, de recursos humanos e logísticas do Itamaraty para a realização de eventos internacionais de grande porte, como a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), prevista para ocorrer em Belém, no Pará, em 2025.

“A COP 30 representa não apenas uma oportunidade única para o Brasil reafirmar sua liderança no debate climático global, mas também uma prova de fogo para a capacidade institucional do Itamaraty em coordenar um evento dessa magnitude”, diz o sindicato, em carta aberta divulgada na última semana.

“No entanto, a realidade enfrentada aponta para a urgente necessidade de melhorias estruturais, administrativas e financeiras para que possamos desempenhar nosso papel de maneira eficiente e digna”, prossegue.

Os principais desafios identificados pela categoria para sediar a COP na região amazônica são a falta de recursos humanos e a infraestrutura inadequada.

No que se refere ao primeiro ponto, o Sinditamaraty sustenta que o quadro de servidores está cada vez mais reduzido e sobrecarregado, sem reposição adequada de pessoal e com limitações orçamentárias que impactam diretamente as condições de trabalho.

Segundo a entidade, o planejamento e a execução de eventos como a COP 30 demandam esforço coordenado e multidisciplinar que só será possível com equipes reforçadas e suporte logístico apropriado.

O MRE conta atualmente com 3.093 servidores (1.552 diplomatas, 812 oficiais de chancelaria, 439 assistentes de chancelaria e 290 concursados de outras carreiras), enquanto em outros países esse número costuma ser maior, A título de exemplo, eles citam o Ministério dos Negócios Estrangeiros da França, que conta com 17 mil funcionários, ou o serviço exterior estadunidense, com mais de 30 mil servidores.

No que se refere à infraestrutura, os servidores citam a ausência de espaços adequados para reuniões multilaterais e infraestrutura tecnológica defasada, que representam barreiras ao trabalho diplomático e à organização de eventos internacionais.

Eles alegam que, em muitos eventos internacionais, são utilizados recursos, como computadores e impressoras, dos próprios servidores e aparatos como redes móveis de internet pessoal, devido à sobrecarga de trabalho em meio às deficiências estruturais.

A presidente do Sinditamaraty, Ivana Vilela Pereira Borges de Lima, pede aumento do orçamento destinado ao Ministério das Relações Exteriores, permitindo a contratação e capacitação de servidores; pagamento tempestivo dos servidores envolvidos; aquisição de equipamentos; e ampliação da capacidade operacional para que não haja solução de continuidade inclusive nas demais atividades e serviços realizados pelo MRE.

Ela solicita ainda investimentos imediatos em infraestrutura física e tecnológica para modernizar os espaços de trabalho e adequá-los às demandas contemporâneas e a criação de programas de capacitação continuada para os servidores, com foco em gestão de eventos e negociações internacionais.

Brasil também vai receber Brics

Em 2025, o Brasil assumirá a presidência dos Brics, um bloco ampliado pela participação de Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia (que se somam aos membros originários: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

As atividades do bloco sob a presidência brasileira devem se concentrar no primeiro semestre do próximo ano, pois a COP30 será realizada na segunda metade do ano.

A última vez que o Brasil ocupou a presidência do Brics foi em 2019, durante o mandato do então presidente, Jair Bolsonaro (PL).

Na pauta, algumas das prioridades da presidência brasileira do G20, que foi encerrada em novembro de 2024, como a reforma da governança global e a transição energética.

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