Servidores fazem ato para denunciar assédio moral e desmonte do Inep
Manifestantes dizem que o Enem está em risco devido a problemas administrativos e acusam o presidente de assédio moral
atualizado
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Faltando menos de 20 dias para o Enem 2021, servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza a prova, realizaram uma assembleia-protesto na tarde desta quinta-feira (4/11) para acusar a direção do órgão por assédio moral, denunciar um desmonte na estrutura e alertar para riscos que corre o próprio Enem.
“O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e os Censos da Educação Básica e da Educação Superior estão em risco, em razão das decisões estratégicas que estão sendo adotadas no âmbito da Presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)”, diz comunicado divulgado pelos representantes dos servidores.
A gota d’água que motivou a mobilização foram portarias publicadas no Diário Oficial da União que dispensam o presidente da autarquia, Danilo Dupas Ribeiro, de participar de tomadas de decisões e a minuta número 0797841 de uma portaria que o exime de integrar a Equipe de Tratamento de Riscos e Incidentes (Etir) de Brasília.
O Etir de Brasília é o colegiado responsável por resolver problemas no momento em que ocorrem as avaliações coordenadas pelo órgão.
Segundo servidores do órgão, os textos das portarias 371, de 19 de agosto, e 452, de 3 de setembro, estão sendo usados por Danilo Dupas Ribeiro para delegar ao chefe de gabinete algumas atribuições do comando do órgão. Além disso, a minuta o desobriga de bater o martelo na hora de resolver problemas do Enem e do Enade, a serem realizados ainda este ano.
A atitude de Ribeiro está sendo interpretada como fragilidade no cargo e indicativo de que ele não quer se comprometer com as provas, pois sabe que está prestes a deixar o comando do órgão.
Dupas Ribeiro é o quinto presidente do Inep em três anos de governo do presidente Jair Bolsonaro. Nesse período, houve uma debandada de servidores em cargos de direção.
Servidores apontam esvaziamento e desmonte do órgão. Em abril deste ano, ex-ministros da Educação e ex-presidentes do órgão denunciaram “apagão educacional” e criticaram o troca-troca no comando do órgão.
A direção do Inep ainda não se posicionou.
Veja mais imagens do ato na sede do Inep, em Brasília: