Servidores do BC mantêm greve e criticam “uso eleitoral” do Pix
Sindicato dos servidores do Banco Central criticaram o que chamam de apropriação da criação do Pix, datada de 2018, por Bolsonaro
atualizado
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Após reunião com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta sexta-feira (3/6), os servidores da instituição financeira decidiram manter a greve por tempo indeterminado. O sindicato da categoria, Sinal, apontou que não houve avanço nas negociações e, segundo eles, nenhuma proposta de reajuste salarial foi feita.
“A greve tem adesão majoritária e vai continuar a afetar a divulgação da PTAX, a assinatura de processos de autorização no sistema financeiro, a realização de eventos e reuniões com o sistema financeiro e outras atividades”, diz o Sinal, em nota. O sindicato ressalta que o Pix não será afetado pela paralisação.
A categoria quer reajuste salarial de 27% (para repor a inflação entre 2017 e 2022) e a reestruturação de carreiras.
No comunicado, o Sinal ainda repudiou o “uso eleitoral” do Pix. Na última semana, jornais revelaram que o presidente Jair Bolsonaro (PL) usará a criação da ferramenta como uma conquista de sua gestão em seus vídeos de campanha. A portaria que deu início à criação do modelo, no entanto, é de 3 de maio de 2018, ainda na gestão Temer.
“Não se tem notícia de qualquer referência ao Pix no programa eleitoral entregue em 2018 pelo então candidato Jair Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral. Ou seja, o projeto de criação e implementação do Pix não recebeu nenhum apoio (ou mesmo citação) durante a campanha eleitoral que elegeu o atual presidente da República”, diz a nota.
O sindicato apontou que “muitos obstáculos foram criados pelo atual governo tanto contra a implementação do Pix pelo BC quanto contra outros projetos da Autarquia”.
“O Sinal não vai permitir que nenhum candidato na campanha eleitoral de 2022 (seja de situação, de oposição ou independente) tente tirar proveito eleitoral indevido do trabalho feito por analistas e técnicos do BC. Governos passam; os servidores concursados do Estado brasileiro permanecem”, finaliza a nota.
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