Servidores dizem que Bolsonaro usou PRF de “bandeira publicitária”
Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais diz que categoria foi enganada “com requintes de crueldade”
atualizado
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A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) afirmou neste sábado (23/7) que o governo de Jair Bolsonaro (PL) usou a PRF como “bandeira publicitária”. A declaração foi dada pelo presidente da federação, Dovercino Neto, na data que se comemora o dia do policial rodoviário federal.
“Mesmo sendo a polícia que mais apreende drogas no mundo, mesmo com 91% de aprovação da sociedade e mesmo alcançando o maior efetivo da nossa história, não temos nada a comemorar. Seguimos sendo a carreira de Estado mais desvalorizada em um governo que nos usou como bandeira publicitária”, disse Neto.
“Acreditamos e lutamos por uma justa reestruturação e fortalecimento da carreira, mas fomos enganados mais uma vez e agora com requintes de crueldade.”
No vídeo, o presidente da federação ainda afirmou que a categoria é a carreira de estado “mais desvalorizada”, e “não tem nada a comemorar”.
Os PRFs se notabilizaram por ser uma das categorias mais próximas e fiéis a Bolsonaro ao longo do mandato. No entanto, a relação ficou estremecida com as constantes negativas do presidente a conceder aumento aos policiais.
“[São] Promessas politicas vazias. Afirmaram que as nossas vozes seriam ouvidas, o nosso trabalho seria reconhecido, e que poderíamos continuar com o orgulho de sempre em sermos PRF’s. Sem nada a comemorar, hoje olhamos para o futuro e continuaremos trabalhando para que, em 2023, aos 95 anos, possamos levantar os nossos braços e celebrar o êxito da nossa luta”, concluiu Neto.
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O governo federal previu R$ 1,7 bilhão no Orçamento deste ano para a concessão de reajustes a servidores e havia decidido beneficiar apenas PRFs, Policiais Federais e Policiais Penais de presídios federais. Diante da pressão das demais categorias, porém, Bolsonaro chegou a anunciar que daria um reajuste linear de 5% para todos os funcionários públicos federais.
Como a proposta, longe de cobrir a inflação do período sem reajustes, não agradou ninguém, o governo acabou recuando e decidindo não atender ninguém.