Servidor: policiais federais “não acreditam” em corte de salário

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, disse não acreditar na proposta de utilizar os salários dos servidores públicos para garantir um refresco nas contas públicas em tempos de pandemia de coronavírus. Para ele, a medida demoraria demais para ser implementada.

“A mudança teria que ser feita por meio de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), já que a redução salarial é proibida pela Carta Magna. Há uma vedação constitucional à redução salarial”, lembrou Boudens.

O presidente da entidade critica os cortes no funcionalismo público. Para ele, os servidores públicos já foram duramente atingidos pela Reforma da Previdência.

“Os policiais, por exemplo, passaram a ter idade mínima para se aposentar. Então, acreditamos que é muito mais fácil o país se voltar, agora, para a preservação da saúde dos brasileiros, que foi recomendada tanto pelo Ministério da Saúde quanto pela Organização Mundial de Saúde”, concluiu.

Movimento
A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) se uniu às 148 entidades que integram o Movimento Acorda Sociedade (MAS) e repudiou as propostas de redução dos salários dos servidores públicos.

O movimento, que representa servidores públicos federais, estaduais e municipais, chegou a divulgar nota manifestando a contrariedade da categoria à proposta.

“Alguns parlamentares e partidos estão tentando emplacar uma antecipação da reforma administrativa, iniciando com a redução dos salários dos servidores públicos, aproveitando a crise mundial instalada pelo coronavírus”, avaliou o presidente da entidade, Luís Antônio Boudens.

Ele lembra que algumas categorias seguem, inclusive, atuam na linha de frente do combate à pandemia, entre eles profissionais de saúde e os que atuam na segurança pública — aí incluídos os policiais federais. Já há, inclusive, casos de policiais federias lotados em áreas de risco comprovadamente contaminados pela Covid-19.