metropoles.com

Temer deve manter reajuste em 2018, mas quer elevar INSS de servidor

Por causa de greves e ações judiciais, governo pretende dar aumento, mas não em janeiro. Já a alíquota previdenciária pode subir para 14%

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Eliseu Padilha _ MIchel Temer _ Henrique Meirelles
1 de 1 Eliseu Padilha _ MIchel Temer _ Henrique Meirelles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O governo federal prepara o anúncio do adiamento de reajustes salariais de servidores que seriam concedidos em janeiro do ano que vem. A equipe econômica pretendia postergar o aumento para o primeiro mês de 2019. Porém, por causa do temor de ações judiciais e o impacto político com a possibilidade de greves, o incremento nos contracheques deve ocorrer ainda no ano que vem, depois de janeiro. Por outro lado, a equipe econômica de Michel Temer (PMDB-SP) estuda elevar a alíquota previdenciária do funcionalismo público para até 14% sobre a remuneração, o que renderia mais R$ 1,9 bilhão anuais aos cofres públicos.

Além disso, a equipe econômica avalia a limitação do salário de novos concursados a R$ 5 mil no início da carreira e de cortes no auxílio-moradia, benefício que muitas vezes proporciona remuneração total ao servidor acima do teto (R$ 33.763).

O governo também quer retomar as discussões de propostas em tramitação no Congresso para regulamentar o teto e estabelecer que esses auxílios compõem, sim, a base para o cálculo do limite remuneratório.

Alíquota previdenciária
A contribuição dos servidores ao regime próprio de Previdência (RPPS) hoje é de 11% sobre a remuneração. O governo avalia estabelecer diferentes faixas de contribuição, conforme o salário, com a alíquota máxima de 14%.

Assim, quem ganha mais também pagaria um valor maior. Esse modelo já existe no INSS: os trabalhadores da iniciativa privada pagam entre 8% e 11% de seus salários ao mês.

A medida é bem vista por especialistas, que ressaltam o desequilíbrio nas contas não só do INSS, mas também na Previdência nos servidores. O rombo no RPPS chegou a R$ 82,5 bilhões em 12 meses até junho deste ano, e a previsão do governo é de que atinja R$ 85,2 bilhões até o fim de 2017. Mais da metade do resultado negativo vem dos benefícios pagos a servidores civis.

O déficit do INSS é maior e deve ficar em R$ 185,8 bilhões neste ano. Mas o número de segurados é muito maior, e o valor médio do benefício, menor.

A mudança também pode contribuir para as finanças estaduais, uma vez que a alíquota cobrada pela União de seus servidores é a referência mínima a ser adotada nos Estados. Alguns já elevaram as contribuições para o patamar de 14%, a exemplo do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, que vivem grave crise financeira.

Mas a proposta da União obrigaria todos a irem na mesma direção, uma vez que as leis atuais vinculam as regras federais e estaduais.

Articulação
O aumento da alíquota previdenciária de servidores federais depende do aval do Congresso, mas a tarefa é considerada menos complicada porque a questão é regulada por lei ordinária. Isso significa que o governo pode enviar um projeto de lei ou uma medida provisória (MP), que tem vigência imediata, para alterar a regra. E mais: precisará ter a maioria simples de votos, desde que metade dos deputados e senadores compareça às votações.

Caso optasse por uma alíquota de 14% para todos os servidores, o governo poderia até arrecadar mais — cerca de R$ 3,4 bilhões ao ano, nos cálculos do consultor do Senado Pedro Nery. Mas a equipe econômica deve escolher a “escadinha” na contribuição para criar um modelo semelhante ao do INSS e ao do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), na esperança de reduzir as resistências.

Ainda assim, categorias já se armam para barrar a proposta, em reação às articulações do governo por mais uma medida que mira os servidores. “É mais uma tentativa de jogar a responsabilidade pelo desequilíbrio econômico, e da Previdência, nas costas do servidor”, criticou o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), Claudio Damasceno.

O Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) se reúne hoje para discutir “ações conjuntas” diante das investidas do governo contra os servidores.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?