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Servidores sobre Guedes: “Congelamento de salário é um disparate”

Ministro da Economia propôs congelar remuneração do funcionalismo público por um ano e meio. Categoria diz que desde 2017 não recebe aumento

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Thiago S. Araújo/Especial para o Metrópoles
Fotografia colorida do Ministério da Economia
1 de 1 Fotografia colorida do Ministério da Economia - Foto: Thiago S. Araújo/Especial para o Metrópoles

Os servidores públicos federais reagiram mal à proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de congelar o salário da categoria por um ano e meio.

Nessa segunda-feira (27/04), Guedes pediu “sacrifício” de funcionários públicos em prol do Brasil. Declarou ainda que os servidores vão ficar trancados em casa com a geladeira cheia enquanto milhões de trabalhadores perdem o emprego.

O ministro admitiu, mais tarde, ampliar a proposta do governo federal de socorro a estados e municípios, caso o Congresso aprove o congelamento de salários do funcionalismo.

Guedes recebeu apoio do Congresso. Isso porque o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse apoiar o congelamento por 18 meses.

“É preciso descongelar”

O projeto, contudo, é visto pelos servidores como uma “falácia” do titular da Economia. A intenção de Guedes, segundo a categoria, é jogar a sociedade contra os funcionários públicos.

Para a Confederação dos Servidores do Serviço Público Federal (Condsef), por exemplo, que representa funcionários efetivos da União em todo o país, o corte de salário é ilegal e injusto.

“É um disparate o ministro sugerir congelamento de salários que já estão congelados há anos”, assinala o secretário-geral da entidade, Sérgio Ronaldo da Silva.

Conforme explicou, a Condsef entende que os servidores tenha ao menos a correção da inflação. “Defendemos que o servidor público não é diferente dos trabalhadores da iniciativa privada”, enfatizou.

Na mesma linha, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no DF (Sindsep-DF), Oton Pereira, disse que a maioria dos servidores públicos federais não recebe aumento desde 2017.

“Ele [Paulo Guedes] deveria se preocupar com o descongelamento”, frisa o sindicalista, ao destacar que não há previsão de aumento salarial, nos próximos anos, para grande parte dos servidores.

“É um jogo de cena que ele faz, porque não é possível que não conheça a máquina pública”, dispara Pereira.

Ônus da crise é do trabalhador

O presidente sindical defende ainda que o congelamento não seja aplicado nem mesmo aos servidores que tiveram aumento nos últimos anos.

Apesar da pandemia do novo coronavírus, que elevou os gastos do governo e reduziu as receitas, Pereira diz que é possível atender a essa demanda do funcionalismo.

Ele também considera injusto que os salários de trabalhadores da iniciativa privada sejam cortados.

O governo anunciou no início do mês medida provisória (MP) que autoriza as empresas a reduzirem, proporcionalmente, a jornada de trabalho e os salários dos empregados.

“O Paulo Guedes está jogando todo o ônus da crise nas costas dos trabalhadores, sejam da iniciativa privada ou do serviço público”, conclui.

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