Servidores da Ebserh esperam proposta do TST com greve no horizonte
Funcionalismo de hospitais federais reclama de seis tentativas frustradas de negociação com a empresa. Corte tenta acordo para esta quarta
atualizado
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O impasse nas negociações das regras trabalhistas divide servidores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e representantes governamentais. Enquanto trabalhadores alegam perda de direitos e falta de diálogo, o governo tenta uma negociação.
Os servidores acataram a proposta do vice-presidente do TST, ministro Renato de Lacerda Paiva, para o adiamento da greve. Ele se comprometeu a apresentar uma proposta de acordo nesta quarta-feira (19/06/2019). Os funcionários públicos continuam em “estado de greve” e farão novas assembleias nos próximos dias.
A tensão se arrasta desde o início do ano. A renovação do acordo trabalhista entre servidores e a Ebserh – que prevê um ganho de 1,5% nos salários e nada de aumento em benefícios – empacou, e trabalhadores estão em estado de greve. Nesta terça (18/06/2019), começariam os primeiros atos.
Servidores reclamam da frustração das seis tentativas de negociação com a empresa. A greve seria por tempo indeterminado. O secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, defende o movimento.
“Não nos restou outra alternativa, a não ser tomar uma posição mais dura com relação ao processo. Solicitamos aos nossos sindicatos que deem todo o apoio aos empregados da Ebserh, para avançar no processo de negociação e lutar por nenhum direito a menos”, explica.
Entre as principais reclamações dos servidores está a data da assinatura do acordo, que passaria a valer a partir de então, e não da data-base, o que exclui a possibilidade de pagamento retroativo. Eles reclamam, ainda, do direito ao abono de dois dias e ao acompanhamento de familiares em questões médicas.
Andreia Quintela, representante dos empregados da Ebserh no Ceará, reforça a importância da decisão pela greve. “Os trabalhadores protocolaram a pauta do acordo de trabalho em dezembro de 2018. De lá para cá, foram seis rodadas de negociação, mas a empresa insiste em retirar direitos dos trabalhadores”, reclama.
Sem entrar num acordo, a Ebserh assinou, no fim de fevereiro, um aditivo à decisão vigente, que garantia 30 dias de prorrogação à sua validade. Vencido o prazo, em março passado, empregados garantiram a assinatura de documento para mais uma prorrogação, desta vez por 90 dias. O prazo termina em 30 de junho.
O outro lado
Em nota, a Ebserh disse “que os representantes sindicais não aceitaram continuar as negociações com a estatal, mesmo depois da primeira sinalização de que a proposta originalmente apresentada poderia melhorar”. “Diante da situação, o TST sugeriu mediar as negociações, proposta aceita pela categoria”, explica o texto.
O documento conclui. “A empresa não se opõe à mediação no TST por entender que todas as tratativas são válidas com o intuito de evitar greves que possam comprometer o atendimento dos hospitais. A paralisação encontra-se suspensa no período de mediação do TST”, conclui.