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Salário médio dos servidores teve aumento real de 77% em 30 anos

O mais recente panorama desse grupo mostra que entre 1986 e 2017 o salário médio passou de R$ 4,8 mil para R$ 8,5 mil

atualizado

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Esplanada dos Ministérios
1 de 1 Esplanada dos Ministérios - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Sinônimo de estabilidade e de alto salário, os servidores têm assistido à situação do funcionalismo público mudar. Menos concursos, projetos de salários e modelo de contratação mais enxutos, além de contratações reduzidas, fazem parte de conjunto de modificações defendidas pela equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O mais recente panorama desse grupo mostra que entre 1986 e 2017 o salário médio passou de R$ 4,8 mil para R$ 8,5 mil. Ou seja, ganho real de 77% em três décadas. Os dados fazem parte do estudo Três Décadas de Evolução do Funcionalismo Público no Brasil, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Os ganhos ocorreram  também nas esferas estadual e municipal. Nos executivos estaduais, a remuneração média passou de R$ 3,6 mil para R$ 4,6 mil – acréscimo de 27% no período. Nos municipais, a remuneração média passou de aproximadamente R$ 2 mil para R$ 2,8 mil, alta de 40%.

Os dados do Ipea diferem daqueles usados pelas entidades de classe. Segundo estudo da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), 60% dos trabalhadores de todas as carreiras do setor público — cerca de 370 mil — recebem menos de R$ 10 mil, somando-se todos os auxílios adicionais (alimentação, transporte, creche, etc).

No topo da tabela, 40% do funcionalismo, aproximadamente 250 mil, tem vencimentos acima de R$ 10 mil. Ou seja, recebem mais que 10 salários mínimos (hoje em R$ 998) mensalmente.

No início de novembro, o Metrópoles mostrou que determinadas carreiras têm remuneração baixa. Para se ter uma dimensão do distanciamento, segundo dados do PEP, a diferença entre a maior e a menor remuneração no funcionalismo chega a 20 vezes. A mais baixa, no último mês, foi de R$ 1.467,49. A mais alta alcançou R$ 29.604, 70.

As faixas salariais se dividem entre os níveis superior, intermediário e auxiliar. As subcategorias também guardam discrepâncias nas remunerações. Nas categorias de nível superior, por exemplo, a diferença ultrapassa dez vezes. O menor rendimento é de R$ 2.236, 30, e o maior, de R$ 29.604,70.

No nível intermediário, a diferenciação é de cinco vezes. O maior salário é de R$ 10.830, 39 e o mais baixo, de R$ 2.073,29. Na carreira auxiliar, os rendimentos variam entre R$ 5.445,44 e R$ 1.467,49 — diferença de 3,7 vezes.

Governo quer baixar rendimentos
Além da reforma administrativa, o projeto da chamada “PEC emergencial” prevê congelamento de reajustes e até mesmo a redução temporária da jornada de trabalho e de salários dos servidores. A ação faz parte do pacote de reformas proposto pelo governo para desafogar as contas públicas.

Nesta regra, os ganhos podem ser reduzidos em até 25% em estados que entrem em emergência fiscal. Para valer, a PEC precisa do aval do Congresso. A medida foi apresentada em 5 de novembro.

Em 2017, foram gastos R$ 750,9 bilhões com o pagamento dos servidores públicos ativos, mostra a pesquisa do Ipea. O valor corresponde a 10,5% do produto interno bruto (PIB) – soma dos bens e dos serviços produzidos no país.

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