Servidor: economia com redução salarial é estimada em R$ 104 bi
Levantamento do Banco Mundial mostra dificuldades do funcionalismo, como altos salários e necessidade de menos contratações
atualizado
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O Banco Mundial apresentou nesta quarta-feira (09/10/2019) um novo panorama da situação dos servidores públicos. Segundo projeções da instituição financeira, a redução de salário de novos servidores pode gerar uma economia de R$ 104 bilhões até 2030.
O BC contabiliza que ao menos 12 estados ultrapassaram o limite prudencial de 60% de gastos com pagamentos de servidores. No mesmo sentido, 20 das 26 unidades da Federação enfrentam dificuldades para efetuar os pagamentos.
O governo federal trabalha na construção de uma reforma administrativa para, por exemplo, diminuir carreiras, salários e jornadas de novos integrantes dos quadros do funcionalismo público.
Um dos principais destaques do relatório aborda a remuneração dos servidores. Os dados mostram que os gastos são altos pelo padrão salarial, e não pelo volume de servidores.
Em 2017, foram gatos R$ 725 bilhões com salários de 11,5 milhões de servidores públicos estaduais, municipais e federais. Segundo o banco, o valor é 20 vezes maior do que o empregado no programa Bolsa Família.
“A política salarial dos próximos anos será decisiva para as finanças públicas”, alerta o relatório. O principal problema nesse sentido é o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
O documento foi apresentado nesta quarta-feira (09/10/2019), em Brasília. Ao tomar conhecimento dos dados, o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel, adiantou que o governo vai concluir, ainda neste mês, uma proposta de reforma administrativa.
“O custo de pessoal é bastante alto e insustentável no longo prazo”, classificou. Em 2019, 44% dos servidores do Executivo receberam mais de R$ 10 mil por mês; 22% acima de R$ 15 mil; e 11% mais de R$ 20 mil.
Segundo o estudo do Banco Mundial, o servidor público federal brasileiro ganha, em média, quase o dobro do que o trabalhador do setor privado em área de atuação semelhante. A diferença do chamado “prêmio salarial” é de 96%, a maior entre 53 países pesquisados.