Servidor: BR Distribuidora quer cortar 30% do quadro de pessoal
O plano, segundo Rafael Grisolia, faz parte da estratégia do executivo para “elevar a eficiência e a produtividade da companhia”
atualizado
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Quatro meses após a privatização da BR Distribuidora, o engenheiro de produção Rafael Grisolia, presidente da empresa, planeja cortar 30% do quadro de pessoal e reduzir o salário fixo em até 40% para funcionários que ganham acima de R$ 11,6 mil.
Grisolia é contra uma decisão da Justiça que suspendeu o Programa de Desligamento Optativo (PDO). O plano, segundo Grisolia, faz parte da estratégia do executivo para “elevar a eficiência e a produtividade da companhia” ao patamar de suas principais concorrentes, como Ipiranga e Raízen.
Em entrevista ao jornal O Globo, Grisolia afirmou que quer reduzir o número de funcionários de 5 mil para cerca de 3,5 mil, incluindo próprios e terceirizados. Aqueles que ganham duas vezes o teto do INSS, limite estabelecido na reforma trabalhista para a possibilidade de negociação individual, devem ter cortes no rendimento.
“A geração de caixa da BR é de R$ 70 por metro cúbico (de combustível), e meus competidores diretos Raízen e Ipiranga estão na faixa de R$ 100. Então, a gente tem necessidade de melhorar nossa rentabilidade para chegarmos em 2021 igual ou melhor”, defende o executivo.
Entre os argumentos de Grisolia está o crescimento da empresa. “A gente quer ser a maior, a mais rentável e também uma empresa de energia. A sociedade hoje se move com gasolina, etanol e diesel, mas, a partir do momento em que surgem outras formas de locomoção, como o carro elétrico, a gente tem a aspiração de entregar essa mesma energia. Não vamos perder um cliente”, disse na reportagem do jornal carioca.
Grisolia diz que os cortes foram dimensionados a partir da avaliação da estrutura das concorrentes. “Temos 5 mil ao todo, dos quais 3 mil contratados e 2 mil terceirizados. Nossos concorrentes diretos têm entre 2 mil e 3 mil ao todo. A gente precisa trazer a BR para cerca de 3.500 ao todo, dos quais 2 mil contratados e o restante terceirizado”, conclui.
Ele completa. “A parte fixa do salário, fora a variável, já é muito mais alta, em torno de 30% a 40% maior que os concorrentes na maior parte das faixas salariais. Temos o desafio de como fazer esse ajuste. Como empresa privada, temos que ser mais rentáveis para conseguir recursos junto aos investidores”, conclui.