Novo presidente do fundo de pensão do BB é contestado por associados
João Luiz Fukunaga passou por todos os ritos de governança, segundo a Previ, mas sua experiência no Banco do Brasil ainda é questionada
atualizado
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A aprovação de João Luiz Fukunaga (imagem em destaque) para a presidência da Previ, o fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil (BB), causou desconforto e questionamentos por parte de aposentados da instituição. O nome de Fukunaga foi aprovado pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) na segunda-feira (27/2), mas imediatamente surgiram crítica à sua “inexperiência” e também aos trâmites de sua nomeação.
Além da apontada inexperiência dentro do BB, o nome de Fukunaga foi aprovado apenas três dias após sua indicação, que ocorreu no dia 24 de fevereiro. De acordo com o regulamento da Previ, 30 dias é o tempo máximo habilitar um indicado ao posto, mas não é o mínimo – desde que a regra existe, nenhum presidente foi habilitado em mais de 30 dias.
Para ocupar o posto, o candidato é entrevistado e precisa ter seu currículo analisado para comprovar a sua capacidade e experiência para gerir o maior fundo de pensão da América Latina – atualmente com mais de R$ 240 bilhões em ativos.
“Fere, essa agência reguladora, o seu próprio regulamento, que […] exige experiência comprovada de, no mínimo, três anos no exercício de atividades. Dispensável afirmar que se trata de experiência de gestão em função compatível com as responsabilidades do presidente do maior fundo de pensão que conhecemos”, diz a nota do Grupo Mais, que representa os aposentados do BB.
“O indicado sequer apresentou as mais básicas certificações que o próprio BB exige nos comissionamentos de gerentes de conta, comprovando a sua total inexperiência para o cargo. É o nosso patrimônio que está sendo colocado sob risco”, diz o texto do Grupo Mais.
No site, a Previ afirma que o processo de indicação e aprovação de Fukunaga seguiu as regras do órgão regulador, segundo as quais o exercício de cargos na diretoria executiva está condicionado ao prévio envio de documentação comprobatória. Fukunaga cumpriu todos os requisitos para receber o atestado e tomará posse como presidente da Previ na terça-feira, 28 de fevereiro”, diz o site.
“O Banco do Brasil indicou Fukunaga em 24 de fevereiro. Na mesma data, o Conselho Deliberativo da Previ aprovou a indicação do patrocinador, conforme previsto no estatuto. A indicação e aprovação do nome de João Luiz passou por todo o processo de governança do BB, da Previ e da Previc”, afirma a Previ.
Elegibilidade
Em nota, o BB também assegurou ao Metrópoles que a indicação foi aprovada após passar por todos os ritos de governança. “O Banco do Brasil informa que a indicação de João Luíz Fukunaga foi aprovada pelos ritos de governança do BB e da Previ, atendendo a todas as exigências previstas nos processos de elegibilidade de ambas instituições. A indicação também obteve aprovação da Previc, órgão regulador das entidades de previdência complementar”, diz o texto.
Fukunaga iniciou sua carreira no BB em 2008 e em 2012 já assumiu uma das das direções do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Ou seja, ele trabalhou na instituição por menos de quatro anos. Fukunaga irá suceder Daniel Stieler.
A estrutura de gestão da Previ é compartilhada: dos seis membros da diretoria, metade é indicada pelo BB e a outra parte, pelos associados. A instituição indica o presidente, o diretor de investimentos e o de participações; já os associados escolhem os diretores de seguridade, planejamento e da administração.
O site procurou a assessoria do Sindicato dos Bancários e não obteve retorno até a data desta publicação. O espaço segue aberto para futuras manifestações.