metropoles.com

Mais de um milhão de servidores “estão aptos” a pedir reajuste

Decisão do Congresso de derrubar a proibição de reajustes a servidores públicos em 2019 deve ter impacto nas contas públicas do país

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
RENAN MELO XAVIER/METRÓPOLES
micheleco, servidor
1 de 1 micheleco, servidor - Foto: RENAN MELO XAVIER/METRÓPOLES

A decisão do Congresso Nacional de derrubar a proibição a reajustes nos salários do funcionalismo para 2019 abre caminho para que 1,27 milhão de servidores ativos, inativos e pensionistas do Poder Executivo pressionem por aumento na remuneração. O número não inclui carreiras ligadas ao Legislativo, ao Judiciário ou ao Ministério Público Federal.

Segundo dados do Ministério do Planejamento, o maior grupo, que reúne cerca de um milhão de servidores, “está apto” desde agora a pleitear o reajuste porque o último aumento entrou em vigor no início de 2017. Esses servidores compõem o chamado “carreirão”, que engloba principalmente categorias que cumprem funções técnicas ou administrativas, com menor remuneração.

O grupo negociou no início de 2016 um acordo salarial que previa reajustes por dois anos. Com a queda da inflação, esses servidores tentam desde o início de 2018 obter equiparação com os acordos negociados pelas carreiras consideradas “de Estado”, que ganham os maiores salários e fecharam aumentos por quatro anos, até 2019. Esse grupo menor teve reajuste de 4,75% a 6,65% em 2018 e terá aumento de 4,5% a 6,31% em 2019.

É essa equiparação que teria um custo de R$ 17,5 bilhões em dois anos para bancar o reajuste, como mostrou nessa quinta-feira (12/7) a reportagem.

Outros 253 mil servidores ativos, inativos e pensionistas do Poder Executivo ainda têm uma parcela de aumento garantida para o início de 2018. O grupo inclui carreiras como as de auditor fiscal da Receita Federal, delegados e agentes da Polícia Federal.

A área econômica pretende propor novamente o adiamento do reajuste dessas carreiras de 2019 para 2020. É essa proposta que poderia render uma economia de R$ 6 bilhões (considerando apenas servidores civis) a R$ 11 bilhões (incluindo os militares) em 2019.

Mesmo que os parlamentares tivessem mantido a proibição aos reajustes na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019, esses aumentos aprovados para 253 mil servidores seriam pagos. O próprio relator, senador Dalírio Beber (PSDB-SC), esclareceu que a proposta da LDO não tinha o condão de mudar o que já estava contratado. Daí a necessidade de o governo propor novamente a postergação dos reajustes.

Caso o governo não consiga adiar essa fatura, o segundo grupo de servidores também poderá pleitear em 2019 um novo acordo salarial, com o objetivo de garantir aumentos para os anos seguintes, informou o Ministério do Planejamento.

A equipe econômica tentou em 2017 adiar em um ano os aumentos previstos para 2018 e 2019, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski concedeu liminar suspendendo a medida no apagar das luzes do ano passado. O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, declarou ao Broadcast em abril que o governo vai tentar novamente a postergação diante do difícil cenário fiscal e da restrição cada vez maior para despesas dentro do teto de gastos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?