Guedes: “descongelamento de salário” de servidores é “crime contra o país”
Ministro da Economia reagiu à derrubada pelo Senado do veto à possibilidade de aumento salarial de funcionários da saúde e educação
atualizado
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Pouco depois de o Senado derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro à possibilidade de que servidores da educação e da saúde tenham aumento durante a pandemia do coronavírus, na noite desta quarta-feira (19/8), o ministro da Economia, Paulo Guedes, acusou o golpe e deu declarações fortes contra a decisão dos parlamentares – agora o “descongelamento” salarial depende de análise da Câmara, que deve ocorrer nesta quinta-feira
“Pegar dinheiro de saúde e permitir que se transforme em aumento de salário para o funcionalismo é um crime contra o país”, afirmou o “Posto Ipiranga” de Bolsonaro, ao sair de uma reunião com o colega Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional.
Para o chefão da área econômica federal, a decisão dos senadores pode gerar uma perda de até R$ 120 bilhões para os cofres públicos. “É um desastre, é preocupante, porque o Senado é onde os representantes têm que defender a República. É um péssimo sinal”, declarou.
A previsão de congelamento salarial do funcionalismo público por 18 meses – até o fim de 2021 – foi incluída como uma contrapartida de estados, Distrito Federal e municípios, atingidos dramaticamente pelos efeitos do alastramento do coronavírus, ao socorro financeiro com recursos federais.
Quando o projeto foi aprovado no Congresso, os parlamentares retiraram os servidores das áreas da saúde e da educação do congelamento. Depois de chegar a acenar com sanção integral, Bolsonaro decidiu ceder aos apelos de Guedes e vetou esse trecho.
Nesta quarta, o czar da economia brasileira alegou que teria sido uma “irresponsabilidade” do chefe se não houvesse o veto. “Foi um veto importante que o presidente fez, justamente em um momento decisivo, para preservar vidas, empregos, [para agora] isso correr o risco de se transformar em aumento de salário.”