metropoles.com

Governo cogita MP para congelar salário de servidor público

Ministério da Economia estuda uma forma de atrelar o socorro a estados ao não reajuste do funcionalismo. Na Câmara, medida foi ignorada

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
Servidores Publicos – Servidor
1 de 1 Servidores Publicos – Servidor - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Com uma derrota na conta, o governo federal irá insistir no congelamento do salário do funcionalismo público. O projeto de ajuda a estados e municípios que tramita no Congresso deixou a medida de fora, mas a equipe econômica já tem outra aposta.

Agora, o Ministério da Economia trabalha na costura de uma medida provisória (MP) para de alguma forma atrelar o socorro da União a medidas de contenção de despesas. Neste ponto, entraria a suspensão de reajustes.

Mesmo sendo reconhecida como uma medida que visa conter o aumento do endividamento público, que será impactado devido aos investimentos no combate à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o congelamento enfrenta resistência.

A principal delas vem justamente do Palácio do Planalto, que não quer deixar as suas digitais em um projeto que pode impactar diretamente mais de 12 milhões de pessoas. O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), não quer mexer no bolso do servidor, pelo menos neste primeiro momento.

O principal entusiasta do congelamento dos salários é o ministro da Economia, Paulo Guedes. Nas últimas semanas, em pelo menos duas ocasiões, Guedes defendeu abertamente a suspensão dos reajustes.

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, também defende o projeto, mas insiste que o governo tem que ser o responsável pelo encaminhamento.

Apesar dos estudos técnicos e jurídicos para a elaboração da MP, o Ministério da Economia não revela detalhes de seus planos.

A pasta afirma, em nota, que “não comenta medidas em análise ou que ainda não são públicas”. Mas, admite:

“O grupo de monitoramento da crise econômica relacionada à Covid-19 está analisando diversas alternativas para reduzir os impactos da pandemia para o setor produtivo e para o setor público, com o objetivo de preservar especialmente a população mais vulnerável”, frisa o texto.

O país tem 12 milhões de servidores, sendo a maior parcela na esfera estadual e municipal. A União mantém pouco mais de 600 mil empregados públicos.

As principais lideranças sindicais começam a traçar uma estratégia para a medida não sair do papel. O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, é categórico. “Temos um poder de pressão em nossas mãos e vamos usar”, ameaça.

“Questão moral”

A defesa mais recente da medida partiu do secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, que pregou o corte de salário do funcionalismo público como uma “questão moral” durante a pandemia.

Para Sachsida, “o exemplo tem que vir de cima”. “O desemprego está subindo a passos largos. Será que está correto algumas pessoas não perderem emprego e manterem o salário?”, afirmou nessa terça-feira (14/04).

O governo até tentou negociar. O Ministério da Economia sinalizou a parlamentares que aceitaria diminuir o tempo de congelamento dos salários de dois anos para 20 meses pela aprovação. Não surtiu efeito.

Câmara ignora

Ao aprovarem o projeto que prevê R$ 89,6 bilhões em auxílio a estados e municípios na Câmara, deputados ignoraram todas as medidas defendidas por Paulo Guedes para mitigar os impactos econômicos do novo coronavírus.

A equipe econômica defendia que governadores e prefeitos não concedessem aumento na remuneração dos funcionários como contrapartida para receber o reforço, que somaria até R$ 40 bilhões para recompor a queda de arrecadação dos caixas locais.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?