metropoles.com

Em home office, servidores querem criação de benefício para ajuda de custo

A principal reivindicação é relativa ao custeio de internet, eletricidade e equipamentos. Justiça obrigou a Petrobras a fazer o pagamento

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Thiago S. Araújo/Especial para o Metrópoles
servidor-público
1 de 1 servidor-público - Foto: Thiago S. Araújo/Especial para o Metrópoles

Em home office há cinco meses, os servidores públicos federais começam a organizar pontos que devem entrar na pauta de discussão com o governo federal a respeito do tema. Uma das intenções é que o Ministério da Economia crie um benefício de ajuda de custo para quem está trabalhando de casa — algo negado pela equipe de Paulo Guedes.

Por causa da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o funcionalismo foi afastado das repartições em 12 de março. Desde então, a maioria dos empregados do governo está em atividades remotas.

Após o anúncio de que o teletrabalho continuará mesmo após a pandemia — a efetivação da modalidade será permitida a partir de setembro e tem uma série de regras –, os servidores pontuaram que é preciso algum tipo de contrapartida financeira.

A principal reivindicação é relativa ao custeio de internet, eletricidade e equipamentos. A iniciativa consta em uma nova técnica da assessoria jurídica da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) e da Federação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Publico Federal (Fenadsef).

O servidor que aderir ao teletrabalho — em regime parcial ou integral — terá que assinar e cumprir um plano de trabalho. As novas regras entram em vigor no dia 1º de setembro.

As despesas com internet, energia elétrica, telefone e outras semelhantes são de responsabilidade do participante que optar pela modalidade de teletrabalho. Não haverá horas extras ou de banco de horas.

“Um ponto polêmico, que merecerá mais atenção, é a previsão de que a estrutura física e tecnológica caberá ao participante, devendo ele assumir todos os custos, inclusive de internet, energia elétrica e telefone, bem como segurança da informação, entre outras despesas. Aqui se percebe a intenção da administração de conter gastos, transferindo ao servidor público algumas obrigações tipicamente suas”, critica o documento.

Os servidores se espelham na caso da Petrobras. Decisão liminar concedida pela Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro obriga a estatal a custear as despesas com mobiliário ergonômico, além dos gastos com energia e internet.

6 imagens
Servidores públicos
O Ministério da Economia lançou certame para a contratação temporária de 300 profissionais. As provas também vão selecionar 1.830 candidatos para cadastro reserva. As vagas para nível médio oferecem salários de R$ 1,7 mil, e os cargos de nível superior preveem vencimentos entre R$ 3,8 mil e R$ 6,1 mil
1 de 6

Michael Melo/Metrópoles
2 de 6

Servidores públicos

Michael Melo/Metrópoles
3 de 6

Michael Mello/Metrópoles
4 de 6

Michael Melo/Metrópoles
5 de 6

Michael Melo/Metrópoles
6 de 6

O Ministério da Economia lançou certame para a contratação temporária de 300 profissionais. As provas também vão selecionar 1.830 candidatos para cadastro reserva. As vagas para nível médio oferecem salários de R$ 1,7 mil, e os cargos de nível superior preveem vencimentos entre R$ 3,8 mil e R$ 6,1 mil

Thiago S. Araújo/Especial para o Metrópoles

 

“O governo anuncia que está economizando e colocou os custos nas costas dos servidores. É inadmissível que se faça economia com chapéu alheio. Querem produção, qualidade e não dão condições”, critica o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) irá produzir nos próximos dias um levantamento para balizar o valor que os servidores teriam que receber. A Condsef não descarta medidas judiciais para conseguir o benefício.

Em nota, o Ministério da Economia afirmou que não há previsão para esse tipo de pagamento. “O Brasil está enfrentando uma crise financeira muito séria em decorrência da pandemia, e o Governo Federal precisa racionalizar os recursos públicos. O trabalho remoto foi um modelo alternativo, adotado para enfrentar uma emergência na saúde pública e que pudesse ser favorável tanto para o órgão como para o servidor”, destaca o texto.
As regras para o teletrabalho permanente após a pandemia proíbem o pagamento de auxílio moradia, adicionais de insalubridade, periculosidade, irradiação ionizante e gratificação por atividades com raio-X ou substâncias radioativas.

Além disso, desde março o governo suspendeu o pagamento de benefícios como horas extras e auxílio-transporte.

Economia de gastos
No início do mês, o Ministério da Economia divulgou redução de gastos com o regime de home office. A economia foi com energia, serviços de manutenção, passagens, diárias, entre outros itens.

Só com despesas com diárias e passagens foram economizados R$ 270 milhões entre abril e junho. Com o deslocamento terrestre, por meio do TáxiGov, a redução de gastos foi de R$ 743,5 mil, se comparado ao mesmo período de 2019.

Houve economia também de R$ 93 milhões entre março e maio de 2020, com a redução das despesas com adicional de insalubridade, de irradiação ionizante, periculosidade, serviço extraordinário, adicional noturno e auxílio transporte.

Um dos objetivos do governo é reduzir despesas administrativas. No entendimento da pasta, o home office propiciou melhores resultados e entregas.

De acordo com dados do Ministério da Economia, 357,7 mil servidores públicos federais estão trabalhando em casa, incluindo as instituições da Rede Federal de Ensino. Esse número representa 63% do total da força de trabalho da Administração Pública Federal.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?