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Covid fez 113 mil servidores federais se afastarem durante a pandemia

Panorama faz parte de uma análise do Metrópoles, com base no Painel de Estatística de Pessoal. Veja ranking dos órgãos com mais afastamentos

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Servidor Publico – Trabalhador
1 de 1 Servidor Publico – Trabalhador - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Os impactos da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, foram sentidos duramente também no funcionalismo público federal, mesmo com a adoção do teletrabalho.

De outubro de 2020 a setembro deste ano, 113,2 mil servidores da União se afastaram do trabalho por causa da Covid-19 – seja por adoecimento ou por contato com casos suspeitos.

O “impedimento por Covid”, como o governo federal classifica esse tipo de solicitação, é o segundo mais comum, representando 20,4% das interrupções das atividades laborais no período.

Para o leitor ter dimensão do que o número representa, a situação equivale a 19,3% do total de servidores federais ativos: 585 mil.

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Em setembro, os afastamentos atingiram o menor patamar da série histórica
A Covid-19 representa 19,3% do total de afastamentos no funcionalismo público
A Covid-19 se tornou a segunda principal causa de afastamentos
A média móvel dos últimos seis meses é menor, quando comparada ao recorte de 12 meses
Ao todo, a União registrou mais de 552 mil afastamentos entre outubro de 2020 e setembro passado
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Covid-19 fez 113 mil servidores se afastarem do trabalho

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Em setembro, os afastamentos atingiram o menor patamar da série histórica

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A Covid-19 representa 19,3% do total de afastamentos no funcionalismo público

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A Covid-19 se tornou a segunda principal causa de afastamentos

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A média móvel dos últimos seis meses é menor, quando comparada ao recorte de 12 meses

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Ao todo, a União registrou mais de 552 mil afastamentos entre outubro de 2020 e setembro passado

O panorama faz parte de uma análise do Metrópoles, com base em dados do Painel de Estatística de Pessoal (PEP), plataforma alimentada pelo Ministério da Economia.

O índice, entretanto, pode ser ainda maior. A série histórica divulgada pela União só considera o período entre outubro de 2020 e setembro de 2021 – informação mais recente.

Ao todo, nesse recorte de tempo, foram 552,8 mil afastamentos. Além da Covid-19, as principais causas são doença não profissional, pós-graduação, maternidade/paternidade, capacitação/treinamento e acompanhamento de terceiros.

Os órgãos que mais registraram esse tipo de solicitação devido à Covid-19 são o Ministério da Economia, o Comando da Marinha, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), o Ministério da Saúde e o Comando do Exército (veja os número na lista abaixo).

Redução

Com o avanço da vacinação, a quantidade de afastamentos por Covid-19 está em desaceleração há cinco meses. Em setembro, a taxa atingiu o menor patamar: 2.103. Bem abaixo do pico registrado em outubro do ano passado, quando 12.948 pessoas deixaram as repartições.

Somente nos nove primeiros meses de 2021, ocorreram 77,8 mil pedidos causados pelo novo coronavírus. Nos três meses do ano passado sobre os quais a informação está pública (outubro, novembro e dezembro), foram 35,4 mil afastamentos.

Veja o ranking de órgãos que mais tiveram afastamentos por Covid-19:

  • Ministério da Economia – 12.738
  • Comando da Marinha – 9.121
  • Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – 7.418
  • Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) – 6.878
  • Ministério da Saúde – 6.247
  • Comando do Exército – 4.823

Segundo o Painel PEP, a média móvel de afastamentos relacionados ao novo coronavírus nos últimos 12 meses é de 9,4 mil. A taxa no último semestre, segundo a plataforma, é menor: 7,8 mil.

Vale ressaltar que nesses casos o pagamento dos servidores é mantido, ou seja, não há desconto dos dias nos quais ocorrem as faltas.

Falhas na prevenção

O presidente do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, aponta que o teletrabalho teve um resultado positivo, mas que outras ações apresentaram falhas.

“Faltaram medidas que poderiam ter aumentado a proteção, como o estímulo ao uso de máscara e ao distanciamento físico e o fornecimento de EPIs [equipamento de proteção individual] aos servidores imprescindíveis às atividades presenciais”, pondera.

De acordo com ele, a principal providência para diminuir o risco de contágio foi a adoção do teletrabalho, favorável sob múltiplos aspectos. “Protegeu servidores e familiares do contágio, gerou economia para a administração pública, evitou perdas de tempo e dinheiro com deslocamentos para a repartição, e tudo isso com incremento de produtividade”, explica.

Serviços prejudicados

O secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, adota o mesmo tom do colega sindicalista.

“Esse montante de afastamentos logicamente prejudicou a prestação dos serviços. O trabalho deixou de ser feito e ficou precarizado. Já existe uma carência na força de trabalho”, avalia.

Ele conclui. “O governo não se importou em diminuir os riscos de contágio. Tentou de forma insistente fazer que os servidores voltassem do trabalho remoto sem nenhuma segurança. As medidas foram mínimas”, alega.

Versão oficial

O Metrópoles questionou o Ministério da Economia, responsável pela gestão do funcionalismo, sobre o índice de afastamentos e os impactos na prestação de serviço.

Até a mais recente atualização desta reportagem, a pasta não havia se manifestado. O espaço continua aberto a esclarecimentos.

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